Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Wajngarten nunca soube lidar com a imprensa, dizem auxiliares de Bolsonaro
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A iminente troca no comando da Secom (Secretaria de Comunicação Social), com a substituição do empresário Fabio Wajngarten pelo Almirante Flávio Rocha, está sendo explicada por auxiliares do presidente Jair Bolsonaro como problemas de relacionamento e falta de entrega.
Interlocutores do presidente ouvidos pela coluna confirmaram a troca e afirmaram que Wajngarten nunca entendeu bem o relacionamento com a imprensa e que, desde a chegada do ministro Fábio Faria, os atritos aumentaram.
Nos últimos dias, o governo teve uma série de problemas de comunicação, como a troca no comando da Petrobras. Além disso, as ações de combate à pandemia foram alvo de críticas de diversos ministros e já havia uma pressão por mudanças há algum tempo.
Apesar disso, Wajngarten continua tendo apreço da chamada ala ideológica, que inclui os filhos do presidente, e por isso deve receber um cargo de assessor especial.
Wajngarten sempre estimulou a narrativa de enfrentamento com a mídia tradicional e sob seu comando o Palácio do Planalto adotou a postura oficial de não responder às demandas.
Além disso, Wajngarten teve problemas com o ex-porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros e também com o ministro Luiz Eduardo Ramos, quando a Secom estava subordinada à Secretaria de Governo.
Ramos evitou maiores embates e a Secom acabou indo para o guarda-chuva do Ministério das Comunicações, que foi criado junho do ano passado.
Desde então, Wajngarten passou a ser subordinado de Fábio Faria. A mudança não agradou ao empresário, que sempre gostou de exaltar sua proximidade com o presidente. Wajngarten, inclusive, era figura frequente no dia a dia do Planalto e pouco despachava no Ministério.
Conflito de interesses
No ano passado, a o jornal Folha de S.Paulo revelou que Wajngarten recebia, por meio de uma empresa da qual é sócio, dinheiro de emissoras de televisão e de agências de publicidade contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais do governo federal.
Na ocasião, no entanto, Bolsonaro minimizou as denúncias e continuou demonstrando confiança em seu auxiliar.
A relação de Wajngarten com empresas de publicidades e emissoras de TV simpáticas ao presidente, porém, incomodava aliados de Bolsonaro, que temiam desgastes por conta de um eventual conflito de interesses.
Novo Secom
Escolhido para substituir Wajngarten, Almirante Rocha é atualmente é Secretário de Assuntos Estratégicos (SAE) e deve acumular as duas funções. Ainda não está definido se continuará a despachar no terceiro andar do Palácio do Planalto, próximo ao gabinete de Bolsonaro ou se terá despachos no Ministério.
Rocha já vem ganhando espaço no governo há alguns tempo e já havia sido escolhido para outros cargos, como a Secretaria-geral, que agora está sob o comando de Onyx Lorenzoni.
Apesar de ser militar, auxiliares do presidente querem computar a escolha como sendo do ministro Fábio Faria e não da chamada ala militar.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.