Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Falta a Pazuello credibilidade para assumir agenda de privatizações
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A informação de que o presidente Jair Bolsonaro estaria estudando dar o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) ao ministro demissionário da Saúde, general Eduardo Pazuello, é algo que caminha na contramão do que o ministro Paulo Guedes (Economia) busca para tentar tirar do papel os projetos de privatização.
Investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) por sua má condução na gestão da pandemia, nos meses à frente da Saúde, Pazuello praticamente enterrou seu currículo de especialista em logística e bom gestor.
Agora, depois de tamanho desgaste, com o país vivendo o seu pior momento da pandemia e alcançando a triste marca de 300 mil mortos por covid, teria o general cacife para assumir a responsabilidade de lidar com investimentos?
A resposta, até mesmo dentro do governo, não é das mais positivas.
Ministros ouvidos pela coluna, que admitem a possibilidade, mas dizem que a decisão ainda não foi tomada, reconhecem que, além de um desgaste com Guedes, conceder o PPI a Pazuello seria um péssimo sinal para investidores.
Na avaliação de um ministro, colocar a agenda de privatizações nas mãos de Pazuello seria um erro grave do presidente.
Segundo essa fonte, os leilões, "apesar de toda dificuldade, estão saindo". Além disso, a tese é de que para trabalhar com concessões e privatizações é preciso credibilidade. "Algo que Pazuello não tem hoje", afirmou um ministro, em condição de anonimato.
Hoje, o PPI é comandado por Martha Seillier, funcionária de carreira que é bem vista por investidores justamente por não atuar com princípios políticos. A secretaria é subordinada a Guedes, mas caso a mudança seja concretizada o PPI voltaria ao Palácio do Planalto, sob o comando do ministro Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral).
Onyx já teve a pasta quando era ministro da Casa Civil no início do governo. A mudança do PPI para a Economia tinha como justificativa justamente tentar destravar a agenda de concessões e privatizações.
Guedes tem evitado comentar o assunto. A auxiliares, no entanto, mostrou ceticismo com a possível troca e afirmou que é preciso aguardar "com calma" para ver a decisão do presidente.
No início da tarde, Bolsonaro assinou o termo de posse de Marcelo Queiroga no lugar de Pazuello. Um pouco depois, o Diário Oficial da União trouxe a nomeação de Queiroga e a exoneração de Pazuello.
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