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Carla Araújo

REPORTAGEM

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De saída, marqueteiro de Pazuello fala em 1 mi de vacinas por dia em abril

ex-marquerteiro de Pazuello, Markinhos Marques também deixou a pasta - Divulgação/MS
ex-marquerteiro de Pazuello, Markinhos Marques também deixou a pasta Imagem: Divulgação/MS

Do UOL, em Brasília

25/03/2021 09h07

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Marqueteiro e ex-assessor especial de Comunicação do Ministério da Saúde, Markinhos Marques, distribuiu nesta quinta-feira (25) uma carta de despedida anunciando que também deixaria a pasta como "prova de lealdade e respeito" pelo agora ex-ministro Eduardo Pazuello.

"Como assessor especial do ministro Eduardo Pazuello, comunico, minha saída como prova de lealdade e respeito. Junto comigo deixam também os cargos Zoser Hardman, ex-Assessor especial do ministro para assuntos jurídicos e Airton Cascavel, ex- Assessor Institucional", afirma.

A chegada de Marcelo Queiroga ao ministério deve, inclusive, diminuir o número de militares na pasta. Para a secretária-executiva, no lugar do coronel o coronel Antônio Élcio Franco Filho, o novo ministro escolheu o engenheiro e advogado Rodrigo Cruz, que era da equipe do Ministério da Infraestrutura.

Promessa de despedida

Ontem, sem explicar como Queiroga afirmou em sua primeira coletiva que a meta do governo seria vacinar 1 milhão de brasileiros por dia. O ministro não falou quando isso poderia acontecer.

Na carta de despedida de Markinhos, o ex-marqueteiro afirma que essa meta seria a partir do mês que vem.

"Tenho total conhecimento de tudo que Pazuello fez pelo povo brasileiro, tal como aquisição de mais de 500 milhões de doses de vacinas, investimentos em mais leitos de UTI, respiradores, usinas de oxigênio, medicamentos, kit intubação, contratação de profissionais de saúde - por meio do Mais Médicos - e uma meta para vacinar mais de 1 milhão de brasileiros por dia, a partir de abril", diz.

O ex-marqueteiro também tenta deixar como legado supostamente a prioridade do governo federal na vacinação de policiais e professores, o que já foi anunciado pelo estado de São Paulo, do governador João Doria. As ações da pandemia e a narrativa sobre elas têm sido o principal ponto de embate entre o presidente Jair Bolsonaro e Doria, que deve ser concorrente de Bolsonaro em 2022.

"Também é mérito dele (Pazuello) pedido encaminhado à Secretária de Vigilância em Saúde para que se inicie a vacinação de professores e agentes de segurança pública a partir do próximo mês", diz Markinhos.

Caiu atirando

Pazuello fez uma despedida ontem da Saúde com palavras duras e disse que pagou o preço da sua honestidade.

Pazuello disse ter enfrentado em fevereiro um complô interno. Virando-se para Queiroga alertou que receberá "tiro o tempo todo. De fora e de dentro."

O ex-marqueteiro seguiu o mesmo roteiro do general em sua carta de despedida e falou em "sabotagem".

"Não guardo mágoas, mesmo sabendo que tiveram pessoas que no decorrer dos trabalhos travaram, procrastinaram, sabotaram, fizeram de tudo para tentar prejudicar o trabalho como um todo", diz.

Mesmo com o Brasil alcançando a marca de mais de 300 mil mortos, sendo que em 75 dias tivemos mais de 100 mil óbitos, o marqueteiro de Pazuello diz que o ex-ministro tem méritos.

"Pazuello fez sim muito por nessa batalha e se teremos mais brasileiros vivos e protegidos, devemos sempre nos lembrar dele."