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Saída de Salles repete estratégia de "cortina de fumaça" do caso Queiroz
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A quarta-feira começou com o presidente Jair Bolsonaro no centro de denúncias de que teria sido alertado de possíveis irregularidades na compra de vacinas indianas. Ao longo do dia, mais repercussão e pressão contra o governo para que explicações fossem dadas.
No fim da tarde, no entanto, Bolsonaro conseguiu mudar o foco do noticiário com o anúncio de que o investigado Ricardo Salles decidira deixar o Ministério do Meio Ambiente.
Salles, há tempos, não era unanimidade no entorno do presidente. Muitos defendiam nos bastidores o seu afastamento, mas não vinham encontrando apoio do presidente.
Até então Bolsonaro defendia Salles, dizendo que não o deixaria sair. Chegou a levar o então titular do Meio Ambiente para uma de suas motociatas, ontem mesmo fez elogios públicos ao ministro.
A saída de Salles não estava no radar. Até mesmo auxiliares do palácio do Planalto dizem que foram surpreendidos com a notícia.
O que mudou?
Há quem acredite que o anúncio de hoje tem apenas uma estratégia: criar uma cortina de fumaça para que as denúncias saiam do foco.
O script não é novo. No dia 18 de junho de 2020, quando Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, foi preso pela manhã, Bolsonaro acertou - no fim daquele dia - a saída de outro ministro que também não era mais unanimidade: Abraham Weintraub.
Assim como Salles, Weintraub também era alvo de investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-titular da educação recebeu um cargo no Banco Mundial. Será que Salles terá algum prêmio de consolação?
O caso Queiroz era apontado por auxiliares diretos do presidente como "pólvora" para o governo.
O caso envolvendo as supostas irregularidades em torno da Covaxin, segundo o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), tem "indícios claros de corrupção."
Os próximos dias mostrarão se a estratégia terá ou não o efeito desejado pelo Palácio do Planalto.
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