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Quem recebeu auxílio emergencial e não estava no Bolsa ficará sem benefício
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"O auxílio emergencial acabou", foi uma das primeiras frases no pronunciamento do ministro da Cidadania, João Roma, ontem (20), no Palácio do Planalto.
O ministro, que está diretamente envolvido nas negociações em torno do novo Auxílio Brasil, vinha lutando para que um contingente calculado em cerca de 20 milhões de pessoas, que não recebia o Bolsa Família antes do auxílio emergencial, não ficasse sem nenhuma ajuda do governo.
Por conta da pandemia, o governo diz que descobriu "invisíveis", muitos deles trabalhadores informais. Era um público que não recebia o Bolsa Família e passou a contar com a ajuda do governo.
Auxiliares do ministro da Cidadania confirmam que essa parcela de pessoas não terá mais o benefício, mas ressaltam que parte destes indivíduos poderá ser incorporada ao programa, já que a meta do governo seria zerar a fila do Bolsa Família. A última estimativa do Ministério da Cidadania é que a fila seja de 1,5 milhão de famílias.
Roma disse ainda que atualmente são 14,6 milhões de famílias beneficiadas e que a intenção é que o Auxílio Brasil passe a atender 16,9 milhões de famílias. Com isso, parte dessas 20 milhões de pessoas podem acabar sendo incluídas. O restante ficará de fora.
Vitória de Guedes
Durante as negociações do Auxílio Brasil, o ministro da Economia ficou exposto, pois foi visivelmente contrariado e teve que ceder. Chegou a ter ameaças de baixa na equipe. Nas palavras de um auxiliar, Guedes nunca pensou em desistir e está apenas "mudando a estratégia". Além disso, o ministro estaria tentando "dar limites" ao que já podemos classificar como um momento populista de Bolsonaro, que tem como principal interesse as eleições de 2022.
"Tem coisa que tecnicamente dá para fazer, mas coisas impossíveis não têm como", disse uma fonte.
A não prorrogação do auxílio emergencial foi uma vitória de Guedes. O argumento da área econômica para que esse número de pessoas ficasse sem o benefício era de que parte desse contingente é formada por trabalhadores informais e que já retomaram a atividade.
Além disso, apontam o avanço da vacinação e o arrefecimento da pandemia como justificativa para que não seja necessário pagamento de benefícios para quem não for de fato extremamente vulnerável.
Fontes ligadas a João Roma, porém, dizem que o ministro ainda manterá estudos para aprimorar o Cadastro Único e verificar se o governo não está "abandonando" pessoas que ainda necessitam de ajuda.
O governo ainda sofre para ter o desenho final de como de fato será o benefício pago no mês que vem, mas a batalha de Guedes, que ontem já admitiu que talvez tenha que pedir uma "licença" para gastar, ainda está longe do fim.
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