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PEC dos precatórios passa na Câmara, e Senado 'testará' Ciro, prevê governo
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O adiamento da votação da PEC dos Precatórios pelo Plenário da Câmara nesta terça-feira (26), que possibilitará o aumento do Auxílio Brasil para R$ 400 e vai furar o teto de gastos, não está sendo visto com preocupação pelo Palácio do Planalto.
A avaliação até o momento é que mesmo com a perda de votos de parte da oposição ainda há uma margem para obter os 308 votos necessários. Além disso, auxiliares do presidente Jair Bolsonaro destacam que é normal o trâmite de debater a matéria num dia e votar no outro.
A articulação do governo trabalha junto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para que o texto seja votado ainda nesta semana.
Segundo uma fonte que acompanha as negociações, "não está um placar muito folgado, mas passa".
O 'compromisso' Pacheco
Fontes do governo reconhecem, porém, que a batalha para aprovar a matéria no Senado será bem maior.
Apesar disso, usam o argumento de contar com o "compromisso" feito pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que, na semana passada, teve um encontro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o relator da PEC na Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para conhecer a solução proposta e teria dado aval ao texto que Motta apresentaria.
Depois dessa reunião, que teve também a participação do ministro da Cidadania, João Roma, o presidente do Senado, em entrevista coletiva, afirmou que, assim que a PEC fosse aprovada pela Câmara, os senadores iriam avaliar a medida "com o máximo de pressa possível", para poder dar uma solução definitiva para o programa social.
É a hora de Ciro mostrar força
A principal aposta de Bolsonaro e Guedes para resolver qualquer tipo de impasse com Pacheco, que é apontado cada vez mais como possível adversário do presidente em 2022, tem um nome: Ciro Nogueira, o ministro da Casa Civil que é senador.
Conforme mostrou o jornal Folha de S. Paulo, há quase três meses no cargo, o ministro não tem conseguido melhorar a relação de Bolsonaro com o Senado.
Agora, no entanto, a expectativa do Planalto é de que Ciro finalmente terá sucesso. O argumento é de que o ministro está diretamente envolvido com a solução criada para que o Auxilio Brasil seja turbinado por meio da PEC dos Precatórios.
Ele foi, ao lado de Roma e da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, um dos principais articuladores da medida. As negociações que aconteceram na semana passada, inclusive, deixaram o ministro da Economia isolado e fragilizado.
Guedes acabou sofrendo uma debandada em sua equipe que não quis ceder aos rompantes populistas da ala política e nem furar o teto de gastos. Agora, no entanto, fontes do governo garantem que o clima na equipe está se acertando e que Guedes, que ganhou afagos públicos do presidente nos últimos dias, está firme no cargo.
Uma fonte do governo que participa das negociações com o Congresso diz que o momento "é de política pura" e que a situação pode ser um teste para o ministro Ciro mostrar sua força política.
A avaliação que está sendo feita por fontes do Executivo é de que mesmo que senadores queiram "vender dificuldades" eles - também políticos de olho na reeleição - acabarão cedendo e votando para aprovar a PEC, que tem como objetivo inicial postergar os pagamentos de dívidas já reconhecidas pela Justiça para 2023, ou seja, para o próximo governo.
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