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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Após encontro com Guedes, auditores falam em frustração e cobram Bolsonaro

23.nov.2021 - O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala a comissão da Câmara sobre offshores em paraísos fiscais - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
23.nov.2021 - O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala a comissão da Câmara sobre offshores em paraísos fiscais Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em Brasília

13/01/2022 21h01

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O presidente do Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), Isac Moreno, teve uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (13), para tentar obter reajuste para a categoria, mas saiu do encontro afirmando que os auditores da Receita devem intensificar a mobilização.

Moreno disse que a conversa com Guedes foi "frustrante" e que não se conseguiu "nenhuma solução". "O movimento dos auditores fiscais, em decorrência da insensibilidade do governo às reivindicações da categoria, tende a intensificar", disse. "Não há perspectiva de solução no curto prazo."

O presidente do sindicato ponderou que a decisão final sobre quais categorias serão contempladas no Orçamento de 2022 cabe ao presidente Jair Bolsonaro. "Não conseguimos solução, mas é algo que é da alçada do presidente da República. Ele precisa apenas editar um decreto, mas tem que fazer gestões junto ao Congresso para modificar o orçamento", afirmou.

O ministério foi procurado para comentar a reunião, mas informou que não se manifestaria.

Além da Receita, diversas categorias de servidores ameaçam paralisações para elevar a pressão contra o governo Bolsonaro.

O presidente conseguiu articular com o Congresso para separar um pedaço do orçamento para os servidores. Seu objetivo era contemplar os agentes de segurança. A reação de outras categorias do funcionalismo, porém, tem feito Bolsonaro ser aconselhado a não conceder aumento a ninguém.

Atuação de Guedes irrita Planalto

A atuação de Guedes na condução do problema com servidores tem sido avaliada pela ala política do governo como uma "trapalhada". Alguns auxiliares avaliaram que Guedes ajudou a inflar as categorias ao defender que não houvesse reajuste.

A avaliação feita no Planalto é de que o ministro da Economia tentou sinalizar ao mercado o seu compromisso com o rigor fiscal e acabou dando munição para a máquina do funcionalismo e para parte da esquerda, principalmente o PT. "Foi uma trapalhada. Algo que poderia ser discutido internamente", disse uma fonte.