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Por eleição, Guedes vai ter que engolir discurso contra aumento de servidor
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Pelo visto não terá jeito e o ministro da Economia, Paulo Guedes, terá que esquecer o discurso que vinha adotando até então de que dar aumento para servidores seria uma "desonra para gerações futuras" e que não era oportuno realizar o reajuste por conta das eleições.
Pressionado diretamente pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que é responsável pela campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), Guedes aceitou ceder e, segundo fontes do governo, um aumento de 5% para todos os servidores deve ser anunciado em breve.
Auxiliares do ministro ouvidos pela coluna minimizaram a nova derrota de Guedes, apesar de admitirem que ele era contra o aumento "até a morte".
A equipe econômica agora terá que fazer cálculos para que haja um corte linear nas despesas discricionárias dos ministérios, o que permitirá a concessão do benefício. Essa foi a solução apontada pela Casa Civil, que descartou o corte em emendas parlamentares, já que haveria resistência do Congresso.
Fontes do Planalto disseram que a decisão foi discutida com a equipe de Guedes e salientaram que o ministro teve que entender que "os servidores já fizeram um grande sacrifício estes anos e mereciam algum olhar de reconhecimento, mesmo ainda durante a crise, como forma de valorização do presidente e do governo da importância do serviço público".
Passado tenebroso e comparação com Brumadinho
Caso a ideia gestada pelo Palácio do Planalto avance, Guedes terá que encontrar explicações para suas falas contrárias ao aumento, como, por exemplo, quando disse no fim do ano passado que se houvesse reajuste a servidores "a inflação vai voltar, vamos mergulhar em um passado tenebroso".
"Vamos nos endividar em bola de neve. Nosso papel é assegurar que isso não aconteça", disse o ministro em uma coletiva de balanço das ações do governo em dezembro passado.
Também no fim de 2021, Guedes encaminhou mensagens pedindo apoio para barrar a pressão dos servidores e fez uma analogia ao rompimento da barragem de Brumadinho (MG) no dia 25 de janeiro de 2019.
"Se aumentarmos os salários e a doença voltar, QUEBRAMOS!", escreveu o ministro. "Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos até explodir barragem e morrerem todos na lama", diz outra mensagem.
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