Dólar sobe a R$ 4,915, à espera de dados dos EUA; Bolsa cai mais de 1%
Do UOL*, em São Paulo
02/01/2024 17h21Atualizada em 02/01/2024 18h18
O dólar subiu 1,28% e fechou o primeiro dia útil de 2024 vendido a R$ 4,915. Em 2023, a moeda americana acumulou perdas de mais de 8% frente ao real, no maior recuo anual desde 2016.
Já o Ibovespa caiu 1,11% e chegou aos 132.696,63 pontos. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) vinha de uma sequência majoritariamente positiva, tendo disparado 22,3% no ano passado e batido seu recorde nominal histórico.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.
O que aconteceu
Com agenda esvaziada, mercado espera por dados dos EUA. Em meio ao baixo volume de negociações — comum neste período pós-festas —, os investidores aguardam dados do mercado de trabalho nos EUA, que saem na sexta-feira (5). Os números são importantes para balizar as projeções para os juros americanos, hoje na faixa entre 5,25% e 5,5% ao ano.
Também há expectativa pela ata da última reunião do Fed. O documento vai ser divulgado amanhã (3) e deve trazer pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve, o Banco Central americano. Por ora, a maior parte do mercado aposta que o Fed deve começar a reduzir os juros em março.
Juros mais baixos nos EUA costumam beneficiar o real. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa americano, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir as taxas em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.
Depois de uma alta muito forte [do Ibovespa em 2023], fica claro que os mercados estão fazendo ajustes, à espera dos próximos dados que vão sair nos EUA. Além disso, os investidores vão ficar de olho nas próximas declarações do presidente [Lula] e do ministro [Fernando Haddad], principalmente ao longo deste mês, porque o Congresso está em recesso.
Apolo Duarte, head de renda variável e sócio da AVG Capital
(*Com Reuters)