Designer carioca faz bijuteria para Rock in Rio e novelas da Globo
Afonso Ferreira
Do UOL, em São Paulo (SP)
09/09/2013 06h00
Em meio a marcas grandes, como Coca-Cola, Heineken e Volkswagen, a pequena Arte Coletiva, do Rio de Janeiro (RJ), é uma das 60 empresas licenciadas oficiais do Rock in Rio, que será realizado entre os dias 13 e 22 de setembro na capital fluminense.
A designer de bijuterias e semijoias Silvia Blumberg, 57, dona da Arte Coletiva, criou uma coleção de brincos, anéis e colares em aço e prata utilizando o logotipo do festival.
Leia mais
- Salve Jorge' alavanca venda de bolsas e jaquetas de personagens
- Fabricantes de roupas regionais vestem
atores de "Flor do Caribe" - Veja se seu sócio o engana, assim como
o vilão Félix, de 'Amor à Vida' - Empresas fazem marketing com chegada
do bebê real; saiba como funciona - Ex-faxineira que inspirou novela entra na Forbes com Gisele Bündchen
- Veja como evitar o efeito Eike Batista na
sua empresa
Até o final do ano, quando acaba o licenciamento, a empresária espera vender 6.000 peças.“Minha expectativa é triplicar o faturamento”, diz.
Os produtos serão vendidos em lojas de souvenires dentro do Rock in Rio e no site da empresária. Os preços variam de R$ 48, para um colar em aço, a R$ 475, para um bracelete em prata e pó de madeira.
Blumberg também já emplacou seus brincos e anéis nas novelas “Caminho das Índias” e “Fina Estampa”, ambas da TV Globo. Na primeira, a personagem Maya, vivida por Juliana Paes, usou um brinco banhado a ouro com pedras de granada.
Já em “Fina Estampa”, foram as personagens Íris (Eva Wilma) e Marcela (Suzana Pires) que utilizaram as peças criadas pela designer. “O anel usado pela Suzana Pires é o campeão de vendas. Já vendi mais de cem peças e o retorno com ele já ultrapassou os R$ 30 mil”, afirma.
Bijuterias levam pó de madeira, tijolo e cimento
Na maioria de suas criações, Blumberg utiliza materiais diferentes, como pó de madeira, de tijolo, cimento e areia. A matéria-prima é obtida em obras na vizinhança e com uma fabricante de móveis.
“Não preciso de grandes quantidades destes materiais para fazer as peças. Com apenas 30 g de pó consigo fazer até dez anéis”, declara.
Segundo ela, os pós são misturados com uma cola especial à base d’água para formar uma massa pastosa, que é aplicada no acessório e depois endurece.
A prata utilizada pela designer também é sustentável. Blumberg compra o insumo de uma empresa que recicla radiografias recolhidas em hospitais. “Utilizo um metal valioso sem agredir o meio ambiente”, diz.
A empresária apenas cria as peças e terceiriza a produção. Por mês, ela vende entre 60 e cem peças de bijuterias, com valores que vão de R$ 30 a R$ 2.000. O faturamento não foi divulgado.
Empresa precisa apresentar projeto para ser licenciada
De acordo com o vice-presidente comercial do Rock in Rio, Rodolfo Medina, para uma empresa se tornar licenciada do festival é preciso apresentar um projeto com detalhes dos produtos que ela pretende criar.
“Uma equipe analisa o projeto, a capacidade produtiva e a qualidade do candidato ao licenciamento”, diz.
Se aprovada, a empresa ganha permissão para fazer uma amostra, que passa por nova avaliação antes de ter o aval definitivo para iniciar a produção em escala.
“Com o licenciamento, a empresa tem um acréscimo expressivo nas vendas e ganha visibilidade no mercado por estar ligada a um evento mundial”, afirma Medina.
O licenciado, no entanto, precisa pagar royalties de 2% a 12% sobre a venda dos produtos com a marca Rock in Rio. O processo de licenciamento é realizado pela Angra Marcas.
Divulgação na TV exige planejamento
Para a consultora jurídica do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo) Sandra Regina Fiorentini, as pequenas empresas precisam estar estruturadas para tentar emplacar produtos em novelas.
Segundo Fiorentini, a exposição na TV gera um aumento nos pedidos. Para suportar essa demanda, a empresa precisa ter peças em estoque e capacidade de reposição rápida.
“Não adianta fazer uma mega divulgação na TV se a empresa não tem o produto para entregar”, declara.
A consultora diz, ainda, que para emplacar produtos em uma novela, o empresário precisa ter contatos na produção e uma boa assessoria de marketing. Caso ele não tenha, uma alternativa é seguir as tendências lançadas na TV.
“Se o empreendedor não tem condições de divulgar seu produto na novela, ele pode seguir o estilo dos artistas e produzir peças similares às que eles usam”, afirma.
Serviço:
Arte Coletiva: Fone: (21) 2513-4181. Site: www.artecoletiva.com.br.
Angra Marcas: Fone: (21) 2491-5000. Site: www.angramarcas.com.br.