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Pequenos negócios paulistas devem faturar 2% mais em 2013, diz Sebrae-SP

Do UOL, em São Paulo (SP)

19/12/2013 11h16

A receita total das micro e pequenas empresas paulistas em outubro foi de R$ 50,2 bilhões, já descontada a inflação, segundo pesquisa mensal do Sebrae-SP (Serviço De Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo).

Isso significa uma alta de 9,8% (R$ 4,5 bilhões) em relação a setembro deste ano e de 0,4% (R$ 221 milhões) sobre o mesmo mês de 2012.

As vendas do Dia das Crianças e os dois dias úteis a mais em outubro, em relação a setembro, são os fatores que possivelmente contribuíram para o resultado positivo no mês.

"Tendo em vista os resultados até outubro, a projeção do Sebrae-SP é que as micro e pequenas empresas paulistas encerrem o ano com aumento real de 2% no faturamento", diz Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae-SP.

De acordo com o Sebrae-SP, o tímido crescimento da economia brasileira e a forte base de comparação com o ano anterior fizeram com que as micro e pequenas empresas paulistas registrassem desempenho estável em outubro.

"O fraco desempenho da economia do país, principalmente no segundo semestre, tem afetado os resultados das micro e pequenas empresas de São Paulo. Além disso, a base forte de comparação também acabou por achatar o resultado de outubro”, afirma Caetano, referindo-se ao crescimento de 15,3% no faturamento de outubro de 2012 ante o mesmo mês de 2011.

O setor que apresentou o resultado mais positivo em outubro foi o comércio, com crescimento de 5,9% no faturamento. As empresas de serviços registraram queda de 3,8% no indicador e a indústria recuou 6,3% ante outubro do ano passado.

Por regiões, o Grande ABC apresentou aumento de 4,2% no faturamento, na comparação com igual período do ano passado. A capital paulista registrou queda de 2,1%, enquanto o interior do Estado apresentou evolução de 1,4% e a Região Metropolitana registrou baixa de 0,6%.

No acumulado do ano, ou seja, de janeiro a outubro, as micro e pequenas empresas faturaram 2,3% mais em relação aos dez primeiros meses de 2012.

Na mesma comparação, o faturamento do comércio cresceu 4,4%. A indústria registrou queda de 1,9% na receita e o setor de serviços sofreu baixa de 1,2% na arrecadação.

"A indústria tem enfrentado problemas de competitividade ao longo do ano, daí seu fraco desempenho. Porém, o bom nível do consumo interno impulsionou as vendas no setor de serviços e, em um grau mais elevado, do comércio", explica o consultor do Sebrae-SP e coordenador da pesquisa, Pedro João Gonçalves.

Empresários esperam estabilidade no faturamento

A pesquisa do Sebrae-SP detectou, em novembro, que os proprietários de pequenos negócios esperam estabilidade no faturamento da empresa nos próximos seis meses.

"Notamos um aumento da incerteza no que diz respeito à evolução da receita do negócio, pois em novembro deste ano, 11% dos entrevistados disseram não saber como será o comportamento de sua empresa. Um ano atrás, essa parcela era de 7%”, diz Gonçalves.

A expectativa dos empresários em relação à economia também é de manutenção do atual nível de atividade nos seis meses que estão por vir.

No entanto, os que esperam melhora na economia estão em menor número agora. Em novembro do ano passado, 31% dos pequenos empresários estavam confiantes em um cenário mais positivo e no mesmo mês deste ano a parcela caiu para 24%.

"Os salários e o crédito devem evoluir de forma mais modesta em 2014. Com isso, o consumo no mercado interno deve crescer mais lentamente, o que significa desaceleração do consumo, principal fator que impulsiona o desempenho das micro e pequenas empresas", completa Gonçalves.

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente, com a colaboração da Fundação Seade. São entrevistados 2.716 micro e pequenos empresários do Estado de São Paulo, distribuídas em indústria (10%), comércio (53%) e serviços (37%).

No estudo, os micro e pequenos negócios são definidos como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria com até 99 empregados, com faturamento anual bruto de até R$ 3,6 milhões.