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Cansei das redes sociais; sair de vez pode ser ruim para minha carreira?

Natalia Gómez

Colaboração para o UOL, em Maringá (PR)

25/09/2018 04h00

Você está cansado da polarização nas redes sociais e pensa até em deletar as suas contas, mas tem medo de que isso atrapalhe a sua carreira? É uma dúvida comum entre profissionais.

Segundo especialistas em carreiras, depende das redes que você quer abandonar. Algumas podem realmente fazer falta, mas outras não.

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Sair de redes com perfil mais pessoal, como Facebook, por exemplo, não vai fazer a diferença na hora da sua contratação. O mais importante, segundo os profissionais da área de recursos humanos, é estar presente nas redes profissionais, como o LinkedIn, que é usado como ponto de partida por recrutadores em diferentes mercados profissionais.

Recrutador olha Facebook, mas não descarta quem não tem

Embora recrutadores gostem de conferir os perfis dos candidatos nas redes sociais para conhecê-los melhor, não estar presente no Facebook não vai ser um ponto negativo.

"Todas as empresas vão espiar o perfil do candidato durante uma seleção porque a rede social ajuda a colher informações, mas não é errado não estar presente", afirmou a diretora da consultoria Lee Hecht Harrison (LHH), Rose Russowski.

Segundo ela, é compreensível que uma pessoa opte por sair das redes sociais para ter mais privacidade, ou até mesmo por questões de segurança.

Para o gerente de negócios da Robert Half, Leonardo Berto, sair do Facebook ou do Instagram não vai causar um impacto direto na carreira, pois se trata de uma escolha pessoal. "A pessoa pode cancelar a conta ou até deixar em um modo privado e isso terá pouca relevância porque é a escolha particular de cada um", afirmou.

Falta de exposição pode dificultar emprego

No entanto, os especialistas destacam que a realidade é diferente quando se trata de redes profissionais na internet. Segundo Berto, os profissionais de recursos humanos têm no LinkedIn uma das suas principais fontes de captação de candidatos.

Quem não está presente nesta rede ou quem não mantém o seu perfil completo e atualizado pode sair perdendo em uma tentativa de transição de carreira, de acordo com o executivo da Robert Half. "É como ser um produto de consumo que não está na mídia."

Além do currículo profissional, os recrutadores destacam que os comentários e recomendações contidos nos perfis do LinkedIn são olhados de perto pelos recrutadores. "Para quem quer fazer uma transição profissional, estar nessa rede é fundamental", declarou a diretora da LHH.

Também há risco de se expor demais

Sair do Facebook pode não ser um problema, mas a falta de cuidado com seu perfil nessa rede social pode ser prejudicial, segundo os especialistas. Excesso de postagens, fotos em situações inadequadas e declarações preconceituosas são alguns dos comportamentos a serem evitados. Falar mal da empresa em que trabalha ou de um emprego antigo também é negativo para a carreira.

Francis Nakada, consultor sênior de carreira da Produtive, disse recomendar que as pessoas fiquem mais atentas à agenda positiva dentro das redes sociais, evitando replicar conteúdos e notícias pesadas.

"Sugiro que as pessoas se posicionem de maneira construtiva, colocando-se como alguém interessante, e nunca como interesseiro. Notícias pesadas já existem aos montes", afirmou. Na sua visão, as redes sociais podem trazer oportunidades, desde que sejam exploradas de forma criteriosa.

Publicações podem ser visíveis só para amigos

Para quem gostaria de ficar nas redes pessoais, mas tem receio de se expor demais, os profissionais de RH recomendam a alteração das configurações de privacidade dos perfis nas redes sociais, deixando as publicações e fotografias visíveis apenas para amigos.

Além disso, segundo Rose, da LHH, é recomendável escolher melhor quem são os amigos na rede social, pois muitas vezes as pessoas aceitam a entrada de desconhecidos em suas redes.

Para os indecisos, existe ainda a possibilidade de desativar o perfil de forma temporária, sabendo que ele será restaurado quando o usuário decidir voltar. Dessa forma, é possível testar como fica a vida fora das redes sociais antes de tomar uma decisão definitiva.

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