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Cientista faz fórmula do sucesso e diz por que fracassamos: falta talento

Getty Images
Imagem: Getty Images

Lucas Gabriel Marins

Colaboração para o UOL, em Curitiba

20/02/2019 04h00Atualizada em 07/05/2019 19h17

Se você fracassou diversas vezes em determinada área profissional, não adianta continuar gastando energia nela. Pode ser que você não tenha vocação, talento.

Essa é a conclusão apontada pelo físico e cientista de redes Albert-László Barabási no livro "The Formula: The Universal Laws of Sucess" (A Fórmula: As Leis Universais do Sucesso, sem edição em português). A fórmula do sucesso seria: S = Qr.

O sucesso (S), segundo Barabási, é igual ao resultado da "multiplicação" do valor de uma ideia (r) e da capacidade de uma pessoa de executá-la (Q). "O ponto é que, se o nosso 'fator Q' (combinação de talento e habilidade) não está gerando frutos no trabalho, devemos considerar se realmente colocamos nossas esperanças na carreira certa", disse o cientista, em trecho do livro.

Barabási mesmo é um exemplo. No início da carreira, ele estava se preparando para ser escultor, mas, ao perceber que não se daria bem na área porque não tinha habilidades suficientes, acabou mudando de ideia. Largou o estúdio de arte e partiu para a física.

Também há casos na tecnologia. O CEO da Amazon, Jeff Bezos, por exemplo, gostaria de ser físico. "Achei que queria ser um cientista quando fui para Princeton (universidade), mas na metade do caminho descobri que não era inteligente o suficiente para seguir na área", afirmou em entrevista ao canal norte-americano CNBC, em dezembro de 2018. Hoje Bezos comanda uma das empresas mais valiosas do planeta e é o homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes.

Sucesso tem a ver com disposição para erro

Para Barabási, uma vez que a pessoa reconhece sua fragilidade em determinada área e consegue descobrir suas verdadeiras habilidades, é possível encontrar o sucesso. E isso pode ocorrer em qualquer momento da vida, segundo ele, mas é preciso ter disposição para tentar várias vezes.

Ele citou, por exemplo, o ator inglês Alan Rickman, cujo primeiro papel no cinema foi só aos 46 anos; o empresário norte-americano Ray Kroc, que comprou o McDonald's quando tinha 53; e a chefe de cozinha norte-americana Julia Child, que tinha 50 anos quando realizou seu primeiro programa de TV.

"A chave para o sucesso é simples: deixe que suas verdadeiras qualidades, aquelas que lhe dão o seu 'fator Q', possam trabalhar e dê a elas a chance de oferecer sucesso repetidas vezes", afirmou. Em outras palavras, declarou o autor, pessoas bem-sucedidas se envolvem em vários projetos porque, dessa forma, têm mais oportunidades de alcançar o sucesso.

Sucesso é relativo, diz professor

Para Gianfranco Muncinelli, professor da área de coaching e gerenciamento de projetos do Instituto Superior de Administração e Economia do Mercosul, da Fundação Getulio Vargas (Isae/FGV), a conclusão do físico a respeito de reconhecer os pontos fortes e fracos faz sentido. "Costumo dizer para meus alunos que, se você não tem um diferencial, você é commodity, e commodity é barata. Então você precisa se destacar se realmente quer brilhar", disse.

Muncinelli afirmou, no entanto, que a fórmula de Barabási tenta quantificar o sucesso, mas o reconhecimento das conquistas e realizações é algo qualitativo. "O que é sucesso profissional para mim pode não ser para você. Portanto, acho difícil mensurá-lo, pois é uma questão muito individual e diz respeito a cada pessoa", declarou.