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IR 2019: Junte papéis, tenha menos chance de erro e ganhe restituição antes

Lucas Borges Teixeira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/01/2019 04h00

Se você acha que ainda não precisa se preocupar com a entrega do Imposto de Renda 2019, é melhor reavaliar. De acordo com especialistas ouvidos pelo UOL, os principais erros que as pessoas cometem ao entregar o IR se dão na hora do preenchimento ou na falta de documentos. A chance de isso acontecer é maior se declarar em cima da hora.

Além disso, quem entrega antes, também tem prioridade para receber a restituição, se tiver direito. Apesar de as regras para a declaração deste ano ainda não terem sido divulgadas pela Receita Federal, já é possível se adiantar. Veja a seguir:

O que já dá para adiantar

Já é possível juntar parte dos documentos necessários para fazer a declaração. Neste caso, é preciso diferenciar se você já declarou alguma vez ou este será seu primeiro envio.

Se já declarou

Caso já tenha enviado em outros anos, a primeira coisa a fazer é procurar a declaração do IR do ano passado.

"Quando você faz a declaração, é importante guardar as vias digital e impressa do IR. Lá vai constar o número do recibo. Ao fazer o novo, é só informá-lo e todos os seus bens já estão registrados lá", afirmou o consultor Sérgio Tavares, diretor da STavares Consultoria Financeira.

Se trocou de carro ou se mudou de casa, separe os documentos que envolvem cada transação. Tenha em mãos também as informações principais, como nome e CPF ou CNPJ, de quem você comprou ou vendeu o bem.

Se é a primeira vez

Agora, se esta é sua primeira declaração, é preciso fazer uma lista minuciosa dos seus bens. Pegue os documentos do seu imóvel, carro, moto ou de qualquer outra posse. Separe também seu CPF e título de eleitor para fazer o primeiro registro na Receita.

Em ambos os casos, se tiver dependentes, separe também os CPFs de cada um. Até o ano passado, só era necessário dos dependentes acima de oito anos, neste ano já começa a valer para todos.

Saúde e educação são dedutíveis

Separe também todos os gastos seus e dos seus dependentes com educação e saúde. Ambos são dedutíveis do IR. Organize os recibos dados por médicos, dentistas e outros profissionais de saúde, além das notas fiscais de exames, internações e extratos de planos de saúde. Não há limite de dedução para despesas com saúde.

O mesmo deve ser feito com boletos e recibos de gastos com educação, informando o nome do aluno e o CNPJ da instituição. A dedução de gastos com educação tem limite, mas ainda não foi divulgado para este ano. De qualquer modo, é preciso declarar o valor total pago às escolas ou faculdades.

A Receita só aceita os gastos com escolas de ensino infantil, fundamental, médio, superior, pós-graduação e técnico. Cursos extracurriculares, de línguas ou esportes, não entram.

O que ainda é preciso esperar

Alguns documentos para uso no IR ainda terão de ser liberados para os contribuintes. As empresas têm até o dia 28 de fevereiro para entregar o informe de rendimentos a seus trabalhadores. Os bancos também têm até a mesma data para liberar os informes de rendimentos de seus clientes.

O informe de rendimentos traz o quanto o empregado recebeu de salário no ano, quanto pagou de imposto na fonte e de INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Também pode conter gastos com o plano de saúde coletivo ou os aportes no plano de previdência da empresa.

O informe de investimentos relata os dados sobre conta corrente, poupança, aposentadoria privada ou qualquer tipo de investimento em um banco. É preciso apresentar à Receita todos os rendimentos do ano. Caso seu banco não envie pelo correio, você pode obter os dados online, o que hoje é mais comum.

Se tiver conta ou investimento em mais de uma instituição, é preciso ter os dados de todas elas.

Principais erros cometidos na hora de declarar

Especialistas ouvidos pelo UOL afirmam que os principais erros cometidos por quem declara o IR se dão na hora de preencher a ficha, seja por erro de digitação ou falta de informações.

"O programa da Receita é bem interativo. O software tem um check list que avisa se há inconsistência e nem permite o envio", afirmou Flavio Roberto Mantovani, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 

Mas há coisas que o sistema não pega. "Muitas erram um dígito na hora de fazer o registro. Em vez de colocar R$ 900, colocam R$ 9.000. Você vai cair na malha fina", disse Mantovani.

"Muitos também caem na malha fina por falta de informações. Às vezes o documento do banco, por exemplo, é extenso, e as pessoas acabam não preenchendo todos os itens, colocam só o primeiro e enviam. A Receita vai notar o que falta", afirmou Tavares, da STavares Consultoria Financeira.

Os especialistas explicam, no entanto, que é possível fazer uma retificação caso ocorra algum desses erros.

"Cair na malha fina não quer dizer que você está agindo de má-fé. Eles entendem que as pessoas cometem erros, mas vão questionar por que você não preencheu tal item. Se avaliarem que foi má-fé, pode ter multa envolvida. Se virem que foi realmente um erro, é só fazer uma declaração retificadora", disse Tavares.

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