Quitar dívidas ou investir? Saiba o melhor caminho para a restituição do IR
Alexandre Garcia
Colaboração para o UOL, de São Paulo
31/05/2024 04h00
A Receita Federal paga nesta sexta-feira (31) o primeiro lote de restituição do Imposto de Renda 2024 a 5,56 milhões de brasileiros. Para os contemplados do lote de R$ 9,5 bilhões, o maior valor já pago pelo Fisco, a recomendação inicial é pelo pagamento das dívidas antes de olhar para os investimentos.
O que aconteceu
A Receita Federal vai pagar o maior lote de restituição da história. Entre oc contemplados, a maioria faz parte dos grupos prioritários, formado por contribuintes com mais de 60 anos (2,8 milhões), cidadãos cuja maior fonte de renda seja o magistério (1,1 milhão), contribuintes com alguma deficiência (162.902) e aqueles que utilizaram a declaração pré-preenchida ou optarem por receber a restituição via Pix (787.747).
O lota também inclui a população gaúcha nos critérios de prioridades. Diante da tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul, o Fisco incluiu os moradores do estado no primeiro lote de restituição. Serão restituídas 886.260 declarações para contribuintes da região. O valor traz também as entregas de exercícios anteriores, totalizando mais de R$ 1 bilhão.
Destino do dinheiro
Quitação das dívidas deve ser prioridade.para os contribuintes. Aos mais de 5,56 milhões contemplados, o primeiro passo é analisar a situação financeira e utilizar a restituição para pagar as despesas em atraso.
A prioridade para o contribuinte que recebe a restituição agora é a quitação das dívidas, o que pode ser feito de forma integral ou parcial.
Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank
Para quem não está endividado, foco dever ser na reserva de emergência. A alternativa evita que o contribuinte tenha problemas financeiros. Para evitar futuras as adversidades, é recomendável que a reserva seja suficiente para repor as despesas pessoais por um curto período, sem foco no retorno da aplicação.
Títulos atrelados à taxa de juros são boas opções para casos de emergência. Entre as opções listadas, é sugerido que os contribuintes escolham por investimentos com liquidez imediata, que garantam o retorno no momento da eventual necessidade. As melhores opções citadas acompanham a taxa de juros, sejam atrelados à Selic ou ao CDI, que não oferecem muita oscilação.
O conhecimento das metas para o investimento é essencial. Após a reserva financeira, cada contribuinte tem um perfil financeiro distinto. Por isso, é recomendada a construção de una análise individual. A alternativa permite avaliar o apetite ao risco e as melhores opções de investimento conforme o prazo de resgate adequado para cada pessoa. Para os investimentos no médio prazo, os títulos ligados às taxas de juros seguem atrativos.
Os títulos pós-fixados do Tesouro, que têm retorno ligado à taxa Selic, são exemplos, já que oferecem liquidez diária e favorecem os investidores, que podem resgatar a quantia no Tesouro Selic a qualquer momento. Os CDBs também são atrativos por serem opções de renda fixa de títulos vendidos no mercado com prazo determinado.
Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros
Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) têm proteção do FGC. Ainda que representem risco maior em relação ao Tesouro Direto, os títulos de renda fixa de instituições financeiras privadas contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito. O recurso é acionado para a recuperação de aplicações em caso de falência, cobrindo até R$ 250 mil, por CPF ou CNPJ.
Aplicações na Bolsa de Valores são recomendadas para quem pensa a longo prazo. As apostas em ações e FIIs (Fundos de Investimento imobiliário) devem ser vistas como investimentos de longo prazo, porque oferecem maiores oscilações. "A variação desses ativos é imprevisível, então, correndo mais riscos, é possível obter ganhos maiores ao longo do tempo", explica Reinaldo Domingos.
A construção de uma carteira diversificada também é primordial. Para os investidores com conhecimento mais avançado sobre o mundo dos investimentos, a restituição pode servir como alternativa para ampliar a diversificação, de acordo com prazos e objetivos.
O que funciona muito bem para essas reservas é sempre a manutenção de uma carteira combinada de diversas estratégias em forma simultânea.
Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank