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Qual é o melhor investimento para superar a inflação? Veja quanto rende

Orçamento: veja onde colocar o dinheiro para não perder para a inflação - Getty Images
Orçamento: veja onde colocar o dinheiro para não perder para a inflação Imagem: Getty Images

11/04/2023 04h00

Existem investimentos que são feitos para superar a inflação, mas, quando usados da forma errada, trazem prejuízo. Há outros que são eficazes contra a alta dos preços, mesmo não tendo sido criados com esse fim.

Na coluna de hoje eu mostro quanto rendem, hoje, os investimentos mais adequados para superar a inflação a curto, médio e longo prazo

Para resgatar a qualquer momento

Em geral, os investimentos mais rentáveis são aqueles que não têm liquidez diária, ou seja, não permitem o resgate a qualquer momento.

Mas aquele dinheiro que você precisa deixar sempre à mão, para o caso de precisar (como a reserva de emergência), também precisa estar investido para que não seja corroído pela inflação.

O destino ideal para esse investimento, a meu ver, é o Tesouro Selic, pois é opção mais segura que existe no país e, atualmente, está ganhando de lavada da inflação.

O IPCA, índice oficial de inflação do país, mostrou que os preços no Brasil subiram em média 5,6% de março do ano passado até fevereiro deste ano.

No mesmo período, quem investiu no Tesouro Selic teve um ganho de 10,7%, já descontado o Imposto de Renda.

Trata-se de um ganho real em torno de 5% em apenas um ano, nada mal para uma aplicação que praticamente não tem risco.

Dito de outra forma, se você investiu R$ 1.000 no Tesouro Selic em março do ano passado, um ano depois estava com cerca de R$ 1.100. Desses R$ 100 a mais, metade é reposição da inflação, e a outra metade é o ganho real.

A tendência é que o Tesouro Selic continue superando a inflação ao menos nos próximos dois anos. O Banco Central já deixou claro, na reunião mais recente da sua diretoria, que manterá os juros em patamar alto pelo tempo que julgar necessário.

Para curto ou médio prazo

O investidor mais conservador pode se manter no Tesouro Selic mesmo que tenha certeza de que não vai usar o dinheiro nos próximos meses ou anos.

Porém, existem investimentos de curto e médio prazo que se propõem a superar a inflação por uma margem ainda maior. São os CDBs, LCAs e LCIs de bancos médios indexados pelo IPCA.

Vamos ver quanto essas aplicações estão rendendo atualmente. Abaixo, listei alguns dos CDBs mais rentáveis, com vencimento em seis meses, um ano, dois anos e cinco anos:

  • Seis meses: IPCA + 8,5% ao ano (CDB do banco BMG, oferecido pela XP)
  • Um anos: IPCA + 8,5% ao ano (CDB do banco BMG, oferecido pela XP)
  • Dois anos: IPCA + 8,2% ao ano (CDB do banco Fibra, oferecido pela XP)
  • Cinco anos: IPCA + 6,84% ao ano (CDB do Banco Master, oferecido pela NuInvest)

Repare que, quanto mais longo o prazo, menor está a rentabilidade. Isso acontece porque os grandes gestores de investimento estão acreditando que a taxa básica de juros vai cair nos próximos anos.

Outro ponto importante a se considerar é que o CDB tem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Se o banco emissor quebrar, o FGC lhe paga o que for do seu direito, até o limite de R$ 250 mil. Por conta disso, não é recomendável deixar mais do que esse valor aplicado em CDB, LCA e LCI de um mesmo banco.

Para longo prazo

Para prazos acima de cinco anos, existem três opções interessantes para quem deseja superar a inflação.

A mais segura delas é o Tesouro IPCA+, outro título do Tesouro Direto, atualmente com retorno de cerca de IPCA mais 6% ao ano.

Pode parecer pouco, porque já vimos CDBs com rentabilidade de IPCA mais 8,5% ao ano. No entanto, o Tesouro IPCA+ tem um prazo muito mais longo, e a expectativa dos agentes do mercado é de que a taxa básica de juros caia cada vez mais.

Apenas saiba que você só conseguirá garantir essa taxa de 6% ao ano se aguardar até a data de vencimento do seu título. Atualmente, existem títulos do tipo Tesouro IPCA+ com vencimento nos seguintes anos: 2029, 2032, 2035, 2040, 2045 e 2055.

Mas conforme eu ia dizendo, existem três opções interessantes para superar a inflação a longo prazo, e o Tesouro IPCA+ é só uma delas.

Outra, mais arriscada, são os fundos de investimento imobiliário (FIIs), e uma terceira, com risco ainda maior, são as ações na Bolsa de Valores.

A história tem mostrado que tanto os FIIs quanto as ações, a longo prazo, tendem a superar a inflação, além de pagarem dividendos mensais, no caso dos FIIs, ou ocasionais, no caso das ações.

No entanto, isso não quer dizer que qualquer ação ou FII vá necessariamente superar a inflação. Às vezes, eles podem dar prejuízo, sem descartar o risco de reduzirem o seu valor a zero, em casos mais raros.

Eu, particularmente, prefiro FIIs e ações para longo prazo, pela possibilidade de um retorno mais alto. Mas, antes de investir nesses dois tipos de ativo, esteja ciente de que sua carteira terá volatilidade ao longo do tempo, podendo ficar no vermelho durante anos, antes de se recuperar.

Pequenos cuidados

    De todos os investimentos citados aqui, apenas o Tesouro Selic permite que você resgate o valor a qualquer momento sem risco de perdas. O Tesouro IPCA+, os CDBs, LCAs e LCIs atrelados ao IPCA podem causar prejuízo se você resgatar antes do prazo.

    Ações e FIIs não têm prazo. Você pode resgatar a qualquer momento. Mas, em prazos muito curtos, as chances de prejuízo são maiores.

    Resumindo

    Depois de tanta informação, vamos a um resumo para não ter erro:

    • se está investindo para poder resgatar a qualquer momento, o ideal é o Tesouro Selic;
    • se for para médio prazo, pode ficar no Tesouro Selic (mais seguro) ou buscar uma rentabilidade maior com CDB, LCA ou LCI indexado à inflação, respeitando o limite de R$ 250 mil que é a garantia do FGC;
    • se for para prazos acima de cinco anos, pode ir de Tesouro Direto (se não quiser risco), FIIs ou ações (esses dois têm risco considerável).
    Caso esteja pensando em investir em ações ou FIIs mais para frente, mas ainda não se sente seguro, pode deixar o dinheiro no Tesouro Selic enquanto aprende mais sobre esses investimentos. Você poderá resgatar o valor sem risco de perda assim que resolver partir para aplicações mais arrojadas.

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    Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.