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Ações do Magazine Luiza caem com prejuízo e investigação de fornecedores

Magalu: Alta das ações acumulada no ano chega a 30,89%. Mas fase boa por ter acabado. - Reprodução
Magalu: Alta das ações acumulada no ano chega a 30,89%. Mas fase boa por ter acabado. Imagem: Reprodução

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/03/2023 14h09

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) estão em queda hoje, 10. A empresa divulgou que teve um prejuízo de R$ 35,9 milhões nos três últimos meses do ano passado. Além disso, a empresa de comércio disse que investiga denúncia sobre irregularidades com fornecedores.

As irregularidades envolveriam três fornecedores. Segundo a denúncia, haveria operações de bonificação relativas a compras de fornecedores e distribuidores. Esses três distribuidores representaram, aproximadamente, 3,5% do valor total de compra de mercadorias da companhia.

As ações abriram o dia em queda de 10,91%, para R$ 3,02. Outras varejistas, como Via (VIIA3), a dona das Casas Bahia, e Arezzo (ARZZ3), acompanhavam a desvalorização. VIIA3 caia 12,37% para R$ 1,70 e ARZZ3 encolhia 9,77%, para R$ 70,11. Por volta das 14h, as ações estavam em queda de 0,88%.

Magalu estava em alta no ano. Desde o começo do ano até esta quinta-feira (9), os ativos da empresa acumulavam alta de 30,89%. A ação, que começou 2023 custando R$ 2,59 chegou a um pico de R$ 4,53 em 27 de janeiro, com os investidores de Americanas (AMER3) migrando para o papel.

Prejuízo afeta as ações. O Magalu saiu de um lucro de R$ 93 milhões no último trimestre de 2021 para o prejuízo de R$ 35,9 milhões. No acumulado do ano, o Magazine Luiza passou de lucro de R$ 590,7 milhões em 2021 para prejuízo de R$ 499 milhões em 2022.

As vendas aumentaram 15,5% no período. No último trimestre do ano, a Copa do Mundo atrapalhou as vendas nas lojas físicas, mesmo com a Black Friday, segundo a Neotrust.

Resultados podem melhorar no futuro. O balanço reflete as vendas de outubro a dezembro de 2023, quando ainda não havia estourado ainda o escândalo das Americanas, que entraram em recuperação judicial em janeiro.

Isso significa que, daqui para a frente, as vendas da empresa podem melhorar ao atrair os consumidores das Americanas. A avaliação é de André Sanson, chefe de renda variável da TM3 Capital, de Curitiba.

A varejista publicou que iniciou 2023 "em ritmo acelerado, com a maior Liquidação Fantástica da história", em referência à promoção anual que a empresa faz em janeiro.

Mas as ações podem sofrer até que esses bons resultados apareçam, diz ele.

Cenário já era ruim, e empresas sofrem. A denúncia sobre bonificações com fornecedores traz uma "turbulência adicional" num cenário que já está ruim, graças a juros altos, endividamento da população e inflação.

A XP acredita que a situação deve continuar difícil. A inflação tende a reduzir a renda disponível da população. Além disso, as brasileiras sofrem com a forte expansão de competidores estrangeiros, como Alibaba, Shopee, Amazon e Shein.

"O problema é que empresas de varejo, como Magalu, são reféns do cenário econômico. Elas não conseguem crescer com tudo isso", diz Felipe Leão, da Valor Investimentos.

O que fazer com as ações?

A corretora Genial aconselha a quem tem a ação a manter. Mas não é uma boa comprar.

"Reiteramos a recomendação de manter para as ações da VIIA3 e MGLU3, com preços alvos em R$ 3,00 e R$ 5,00, respectivamente", publicou a empresa em relatório para acionistas.

É a mesma avaliação da XP, melhor não comprar nem vender.

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