Presidente da Volkswagen pede desculpas a acionistas por 'dieselgate'
Hanôver, Alemanha, 22 Jun 2016 (AFP) - O presidente da Volkswagen, Matthias Müller, pediu desculpas nesta quarta-feira aos acionistas do grupo pelo escândalo das emissões, que provocou uma severa crise na multinacional alemã.
"Em nome do grupo Volkswagen (...) peço desculpas a vocês, os acionistas, por ter traído sua confiança na Volkswagen", declarou em seu primeiro encontro com os acionistas, nove meses depois da explosão do 'dieselgate'.
Os executivos do grupo Volkswagen enfrentaram nesta quarta-feira as perguntas e as críticas dos pequenos acionistas na primeira assembleia geral do grupo desde que a VW admitiu em 2015 ter manipulado os motores de 11 milhões de veículos a diesel para que apresentassem resultados menos poluentes do que a realidade.
Ainda restam muitas incógnitas sobre a origem e as consequências da fraude em grande escala de motores a diesel, que provocou um terremoto dentro do grupo e em todo o setor.
Em setembro de 2015, a Volkswagen confessou ter manipulado os motores de 11 milhões de veículos a diesel para que parecem menos contaminantes do que eram.
Cerca de 3.000 acionistas compareceram nesta quarta-feira a Hanover com a promessa de que seriam ouvidos, apesar de sua influência limitada, já que só representam 11% dos direitos de voto.
O restante do capital está nas mãos da família Porsche-Piëch (52%), do estado regional de Baixa Saxônia (20%) e do Catar, através do fundo Qatar Holding (17%).
Ulrich Hocker, presidente da associação DSW de proteção dos acionistas, prevê uma assembleia geral "muito particular, muito polêmica", disse à AFP.
A assembleia começou às 08H00 GMT (05H00 de Brasília) e poderá ir até bem tarde. É a primeira vez que os pequenos acionistas se encontram com Matthias Müller, que chegou em setembro passado para substituir Martin Winterkorn.
O papel de Winterkorn e dos demais dirigentes no 'dieselgate' ainda não está claro e será um dos temas da assembleia. Até o momento, o grupo atribui a responsabilidade da fraude a um "pequeno grupo de pessoas", que teria agido sem o consentimento da direção.
Dividendo "ridículo"Várias organizações de acionistas, como a DSW, criticam o grupo por ter demorado a compreender a dimensão do escândalo e a informar os investidores, que perderam aproximadamente 40% do valor das ações no final do ano passado.
Desde então as ações se recuperaram um pouco, mas desde o escândalo caíram cerca de 25%.
Paralelamente, a justiça alemã decidiu ampliar suas investigações e o Ministério Público de Brunswick (norte), que já investiga uma tentativa de obstaculização à Justiça, avalia agora a possível manipulação do curso das ações por Martin Winterkorn.
Grupos de acionistas pedem uma investigação especial para esclarecer responsabilidades e consideram que a que a consultora americana Jones Day, contratada pela VW e cujas conclusões ainda não são públicas, não é independente.
Esses grupos ameaçam levar o caso aos tribunais, caso não consigam uma nova investigação.
Alguns pequenos acionistas também ameaçam não aprovar a gestão do conselho de vigilância, um protesto simbólico porque os grandes acionistas muito provavelmente apoiarão a cúpula do grupo.
Também há polêmica sobre os salários e a competência dos dirigentes que estão há anos na empresa. Na semana passada a Volkswagen apresentou uma nova estratégia centrada nos carros elétricos e nas novas formas de mobilidade.
O ex-diretor financeiro do grupo, Hans Dieter Pötsch, que passou a ser presidente do conselho de vigilância, é um dos dirigentes mais criticados.
Ulrich Hocker, presidente da associação de acionistas DSW, classifica de "ridículo" o dividendo atual (0,17 euro por ação), que há um ano era de 4,86 euros.
Em 2015 Volkswagen registrou perdas por primeira vez em 20 anos por causa de 16 bilhões de euros direcionados para enfrentar o 'dieselgate'.
esp/alf/mr/pc.zm/cc/mvv
VOLKSWAGEN
"Em nome do grupo Volkswagen (...) peço desculpas a vocês, os acionistas, por ter traído sua confiança na Volkswagen", declarou em seu primeiro encontro com os acionistas, nove meses depois da explosão do 'dieselgate'.
Os executivos do grupo Volkswagen enfrentaram nesta quarta-feira as perguntas e as críticas dos pequenos acionistas na primeira assembleia geral do grupo desde que a VW admitiu em 2015 ter manipulado os motores de 11 milhões de veículos a diesel para que apresentassem resultados menos poluentes do que a realidade.
Ainda restam muitas incógnitas sobre a origem e as consequências da fraude em grande escala de motores a diesel, que provocou um terremoto dentro do grupo e em todo o setor.
Em setembro de 2015, a Volkswagen confessou ter manipulado os motores de 11 milhões de veículos a diesel para que parecem menos contaminantes do que eram.
Cerca de 3.000 acionistas compareceram nesta quarta-feira a Hanover com a promessa de que seriam ouvidos, apesar de sua influência limitada, já que só representam 11% dos direitos de voto.
O restante do capital está nas mãos da família Porsche-Piëch (52%), do estado regional de Baixa Saxônia (20%) e do Catar, através do fundo Qatar Holding (17%).
Ulrich Hocker, presidente da associação DSW de proteção dos acionistas, prevê uma assembleia geral "muito particular, muito polêmica", disse à AFP.
A assembleia começou às 08H00 GMT (05H00 de Brasília) e poderá ir até bem tarde. É a primeira vez que os pequenos acionistas se encontram com Matthias Müller, que chegou em setembro passado para substituir Martin Winterkorn.
O papel de Winterkorn e dos demais dirigentes no 'dieselgate' ainda não está claro e será um dos temas da assembleia. Até o momento, o grupo atribui a responsabilidade da fraude a um "pequeno grupo de pessoas", que teria agido sem o consentimento da direção.
Dividendo "ridículo"Várias organizações de acionistas, como a DSW, criticam o grupo por ter demorado a compreender a dimensão do escândalo e a informar os investidores, que perderam aproximadamente 40% do valor das ações no final do ano passado.
Desde então as ações se recuperaram um pouco, mas desde o escândalo caíram cerca de 25%.
Paralelamente, a justiça alemã decidiu ampliar suas investigações e o Ministério Público de Brunswick (norte), que já investiga uma tentativa de obstaculização à Justiça, avalia agora a possível manipulação do curso das ações por Martin Winterkorn.
Grupos de acionistas pedem uma investigação especial para esclarecer responsabilidades e consideram que a que a consultora americana Jones Day, contratada pela VW e cujas conclusões ainda não são públicas, não é independente.
Esses grupos ameaçam levar o caso aos tribunais, caso não consigam uma nova investigação.
Alguns pequenos acionistas também ameaçam não aprovar a gestão do conselho de vigilância, um protesto simbólico porque os grandes acionistas muito provavelmente apoiarão a cúpula do grupo.
Também há polêmica sobre os salários e a competência dos dirigentes que estão há anos na empresa. Na semana passada a Volkswagen apresentou uma nova estratégia centrada nos carros elétricos e nas novas formas de mobilidade.
O ex-diretor financeiro do grupo, Hans Dieter Pötsch, que passou a ser presidente do conselho de vigilância, é um dos dirigentes mais criticados.
Ulrich Hocker, presidente da associação de acionistas DSW, classifica de "ridículo" o dividendo atual (0,17 euro por ação), que há um ano era de 4,86 euros.
Em 2015 Volkswagen registrou perdas por primeira vez em 20 anos por causa de 16 bilhões de euros direcionados para enfrentar o 'dieselgate'.
esp/alf/mr/pc.zm/cc/mvv
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