OIT: 20% do emprego na América Latina é rural
Bogotá, 13 Out 2016 (AFP) - Uma em cada cinco pessoas na América Latina e no Caribe trabalha no campo, com tendência à queda pela crescente urbanização e as brechas econômicas e sociais entre as áreas urbanas e rurais na região, informou nesta quinta-feira (14) a OIT.
"Há muito menos gente agora do que há 50, 30 anos, vivendo em áreas rurais, há um processo de urbanização", disse à AFP José Manuel Salazar, diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para América Latina e Caribe, durante a apresentação do relatório "Trabalhar no campo no século XXI", em Bogotá.
Salazar afirmou que atualmente na região 123 milhões de pessoas vivem em zonas rurais. Destas, 52 milhões --20% do total de trabalhadores-- trabalham no campo e "pelo menos 27 milhões estão em situação de emprego vulnerável".
"O setor rural concretiza o núcleo duro da pobreza, a exclusão e a informalidade na região", indicou o diretor.
Segundo o relatório realizado pela OIT a partir de informação estatística de 14 países, em 1950, aproximadamente 94 milhões de pessoas habitavam o campo na região e 58% trabalhavam nele. Para 2050, se espera que 90 milhões vivam em zonas rurais e somente 13% trabalhem nelas.
De acordo com o documento, na América Latina a pobreza rural (46,2%) é maior do que a urbana (23,8%), e o emprego vulnerável - incluído o trabalho autônomo - é mais alto no campo (56%) do que nas cidades (27%).
No campo, as receitas médias em 2014 foram equivalentes a 68% das registradas nas cidades. "E a taxa de pobreza rural de 46,2% que afeta 60 milhões de pessoas é muito superior à taxa de pobreza urbana, de 23,8%", adverte o texto.
Há uma "necessidade de redobrar esforços em trazer soluções" aos problemas que provocam a migração da população do campo para as cidades, como os altos níveis de pobreza e de vulnerabilidade, brechas de infraestrutura e investimentos físicos e sociais, e falta de oportunidades para os jovens, argumento.
"Deve ser uma prioridade dos governos e dos empregadores (...) se concentrarem como tema prioritário em resolver essas brechas", afirmou Salazar.
O documento também aponta que a América Latina e o Caribe fizeram uma "mudança estrutural" na participação do emprego agrícola, ao passar de 55% para 15% entre 1950 e 2010, embora a produtividade tenha aumentado. Apesar disso, atualmente 58,3% dos trabalhadores rurais se dedicam à agricultura.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.