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Tabagismo consome cerca de 6% do gasto com saúde e 2% do PIB mundial

30/01/2017 22h59

Paris, 31 Jan 2017 (AFP) - O tabagismo custa caro, principalmente nos países em desenvolvimento, já que consome cerca de 6% dos gastos mundiais dedicados à saúde e 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo - aponta um primeiro estudo realizado sobre o tema.

Publicado nesta terça-feira (31) na revista Tobacco Control, o estudo mostra que, em 2012, o custo total do tabagismo alcançava US$ 1,4 bilhão no mundo todo. Deste total, 40% ficam a cargo dos países em desenvolvimento. Os pesquisadores analisaram dados de 152 países, que representam 97% dos fumantes do planeta.

Os cientistas avaliaram o custo do tabagismo incluindo os gastos diretos (hospitalização e tratamento) e os gastos indiretos (calculados com base na produtividade perdida por conta de doenças, ou por morte prematura).

Em 2012, o tabagismo foi a causa do falecimento de mais de dois milhões de adultos entre 30 e 69 anos no mundo, ou seja, 12% do total de mortes nessa faixa etária, relata o estudo.

As porcentagens mais elevadas foram registradas na Europa (26%) e na América (15%), segundo os cientistas.

Nesse mesmo ano, os gastos diretos de saúde relacionados com o tabagismo foram de US$ 422 bilhões no mundo, o que significa 5,7% dos gastos destinados à saúde, porcentagem que aumenta para 6,5% nos países com rendas mais elevadas.

Um quarto do custo econômico total do tabagismo (US$ 1,4 bilhão) recai em quatro países: Brasil, China, Índia e Rússia.

Em relação ao PIB dos diferentes países, o tabagismo sai especialmente caro no Leste Europeu (3,6% do PIB), assim como nos Estados Unidos e no Canadá (3%). O restante da Europa se situa em 2%, diante de 1,8% da escala mundial.

"O tabagismo representa um peso econômico importante no conjunto do mundo e especialmente na Europa e na América do Norte, onde a epidemia está mais avançada", assinalam os autores do estudo coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A OMS tem o objetivo de reduzir em um terço as mortes prematuras relacionadas a doenças não infecciosas, sobretudo o tabagismo, antes de 2030.

Para conseguir isso, os pesquisadores defendem a aplicação de "medidas globais" contra o tabagismo.