Agência da UE confirma que pesticidas ameaçam abelhas
Bruxelas, 28 Fev 2018 (AFP) - A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) confirmou nesta quarta-feira o risco que três pesticidas neonicotinoides de uso restrito na União Europeia representam para as abelhas, em um informe esperado há tempo.
"Existe uma variabilidade nos resultados, devido a fatores como a espécie de abelha, o uso previsto do pesticida e a forma de ser exposto. Foram identificados alguns riscos fracos, mas globalmente o risco para os três tipos de abelhas que estudamos se confirmou", explicou José Tarazona, que está à frente do departamento de Pesticidas da EFSA.
O futuro desses três pesticidas neonicotinoides (clotianidina, imidacloprida e tiametoxam), substâncias neurotóxicas que afetam o sistema nervoso dos insetos, está em suspenso na União Europeia desde 2013, após uma primeira avaliação da EFSA.
A agência científica da UE, com sede em Parma (Itália), iniciou em 2015 uma investigação mais exaustiva, com o objetivo de reunir "todas as provas científicas" publicadas desde então, cuja conclusão chegou mais tarde que o esperado devido à grande quantidade de dados coletados.
A avaliação cobre, além das abelhas-europeias, dois tipos de abelhas selvagens.
Dois gigantes dos pesticidas cujos produtos estão diretamente afetados pelas restrições de uso, o suíço Syngenta e o alemão Bayer, recorreram ao Tribunal de Justiça da UE da decisão de restringir o uso dessas três substâncias, proibidas nos cultivos que atraem as abelhas (como o milho, a colza e o girassol), salvo exceções. O processo está em andamento.
A Comissão Europeia já começou a submeter aos Estados-membros uma nova proposta para limitar ainda mais o uso de três inseticidas controversos, e para que só possam ser utilizados em estufas.
No entanto, a proposta ainda não foi votada, à espera de um novo informe da EFSA.
A próxima reunião do comitê técnico encarregado de regular os pesticidas será realizada em 22 e 23 de março.
As organizações ambientalistas já reagiram imediatamente para pedir a restrição quase total do uso desses pesticidas.
Para o Greenpeace, as provas são "esmagadoras", e esses pesticidas não põem em risco apenas as abelhas, mas também os cultivos e as plantas que esses insetos polinizam.
"Não há motivos para atrasar a votação" para eliminar esses produtos, estimou a deputada europeia ambientalista Michèle Rivasi.
Em um comunicado, a multinacional alemã Bayer expressou que "discorda fundamentalmente" da análise da EFSA sobre o imidacloprida e a clotianidina.
"Os resultados da EFSA situam essa análise fora da ciência dominante atual sobre a saúde das abelhas, representada por avaliações recentes similares" nos Estados Unidos e Canadá, afirmou.
"Não contestamos a possibilidade de um risco para as abelhas, mas não compartilhamos a opinião da EFSA sobre a natureza desse risco" explicou a associação europeia de produtores de pesticidas (ECPA).
"Com boas medidas, qualquer risco dos neonicotinoides para as abelhas pode ser administrado", estimou.
"Existe uma variabilidade nos resultados, devido a fatores como a espécie de abelha, o uso previsto do pesticida e a forma de ser exposto. Foram identificados alguns riscos fracos, mas globalmente o risco para os três tipos de abelhas que estudamos se confirmou", explicou José Tarazona, que está à frente do departamento de Pesticidas da EFSA.
O futuro desses três pesticidas neonicotinoides (clotianidina, imidacloprida e tiametoxam), substâncias neurotóxicas que afetam o sistema nervoso dos insetos, está em suspenso na União Europeia desde 2013, após uma primeira avaliação da EFSA.
A agência científica da UE, com sede em Parma (Itália), iniciou em 2015 uma investigação mais exaustiva, com o objetivo de reunir "todas as provas científicas" publicadas desde então, cuja conclusão chegou mais tarde que o esperado devido à grande quantidade de dados coletados.
A avaliação cobre, além das abelhas-europeias, dois tipos de abelhas selvagens.
Dois gigantes dos pesticidas cujos produtos estão diretamente afetados pelas restrições de uso, o suíço Syngenta e o alemão Bayer, recorreram ao Tribunal de Justiça da UE da decisão de restringir o uso dessas três substâncias, proibidas nos cultivos que atraem as abelhas (como o milho, a colza e o girassol), salvo exceções. O processo está em andamento.
A Comissão Europeia já começou a submeter aos Estados-membros uma nova proposta para limitar ainda mais o uso de três inseticidas controversos, e para que só possam ser utilizados em estufas.
No entanto, a proposta ainda não foi votada, à espera de um novo informe da EFSA.
A próxima reunião do comitê técnico encarregado de regular os pesticidas será realizada em 22 e 23 de março.
As organizações ambientalistas já reagiram imediatamente para pedir a restrição quase total do uso desses pesticidas.
Para o Greenpeace, as provas são "esmagadoras", e esses pesticidas não põem em risco apenas as abelhas, mas também os cultivos e as plantas que esses insetos polinizam.
"Não há motivos para atrasar a votação" para eliminar esses produtos, estimou a deputada europeia ambientalista Michèle Rivasi.
Em um comunicado, a multinacional alemã Bayer expressou que "discorda fundamentalmente" da análise da EFSA sobre o imidacloprida e a clotianidina.
"Os resultados da EFSA situam essa análise fora da ciência dominante atual sobre a saúde das abelhas, representada por avaliações recentes similares" nos Estados Unidos e Canadá, afirmou.
"Não contestamos a possibilidade de um risco para as abelhas, mas não compartilhamos a opinião da EFSA sobre a natureza desse risco" explicou a associação europeia de produtores de pesticidas (ECPA).
"Com boas medidas, qualquer risco dos neonicotinoides para as abelhas pode ser administrado", estimou.
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