Agência reguladora aponta falhas do Credit Suisse nos controles da Petrobras e Fifa
Zurique, Suíça, 17 Set 2018 (AFP) - A Finma, agência reguladora dos mercados na Suíça, criticou nesta segunda-feira (17) as falhas do banco Credit Suisse na luta contra a lavagem de dinheiro em relação à Fifa e às petroleiras Petrobras e PDVSA.
As falhas nos controles se estenderam por vários anos, "principalmente antes de 2014", declarou a Finma em um comunicado, observando que se repetiram, sobretudo, no Clariden Leu, uma antiga filial do banco.
"Os controles sobre o comportamento do banco no caso da Fifa, da Petrobras e da PDVSA eram independentes uns dos outros, mas levaram às mesmas conclusões", afirmou o órgão suíço em um comunicado.
A Finma constatou que o número dois do setor bancário do país havia, nesses três casos, descumprido suas obrigações em matéria de verificação da identidade do cocontratante e da busca pelos esclarecimentos necessários em caso de risco aumentado, entre outros aspectos.
"Para que um dispositivo de luta contra a lavagem de dinheiro seja eficaz, todos os cargos do banco envolvidos nisso devem poder, com um clique, ter um ideia clara do conjunto dos papéis e das relações de um cliente", acrescentou a Finma.
A agência reconheceu, porém, que o Credit Suisse trabalhava desde 2015 para ter essa visão do conjunto, fez investigações internas e tomou medidas para reforçar, de maneira geral, as questões de conformidade e da luta contra a lavagem de dinheiro.
A Finma apontou ainda que o banco cooperou ao longo do processo, mas ordenou medidas suplementares para reforçar os sistemas de controle e melhorar a governança, a organização administrativa e a gestão dos riscos do banco na gestão de fortunas. Será feita uma auditoria para verificar a eficácia das medidas adotadas.
- Controles insuficientes -A entidade reguladora do mercado suíço lançou em 2015 investigações de vários estabelecimentos bancários para verificar se alguns de seus clientes estavam envolvidos em casos suspeitos de corrupção e se esses bancos respeitaram suas obrigações de vigilância, especialmente no que se refere à luta contra a lavagem de dinheiro.
No caso do Credit Suisse, a Finma abriu dois procedimentos: um, sobre suas obrigações de diligência em relação à luta contra lavagem de dinheiro; e o outro, sobre uma relação importante para o banco com uma pessoa exposta politicamente. No segundo caso, a investigação apontou as falhas na organização na gestão de riscos.
"O Credit Suisse registrou hoje o anúncio da Finma e reconhece as conclusões, às quais ela chegou", reagiu o banco em um comunicado, ressaltando que já reforçou seu dispositivo de vigilância.
"Agradecemos à Finma por ter reconhecido os avanços que fizemos nos últimos anos", acrescentou o banco, que disse querer trabalhar estreitamente com a agência para concluir seu dispositivo.
Com a chegada do novo CEO em meados de 2015, o franco-marfiniano Tidjane Thiam, o banco passou por uma grande reorganização de suas atividades e instalou várias medidas de vigilância. Entre outras, fez cerca de 800 contratações para a área que cuida das questões de conformidade e da revisão de seu sistema de avaliação para remunerações.
De acordo com o banco, as falhas apontadas pela Finma dizem respeito ao período de 2006 a 2014.
A agência não impôs pagamento de multas, nem determinou a restituição de lucro.
noo/apo/spi/tt
CREDIT SUISSE GROUP
PETROBRAS - PETROLEO BRASILEIRO
As falhas nos controles se estenderam por vários anos, "principalmente antes de 2014", declarou a Finma em um comunicado, observando que se repetiram, sobretudo, no Clariden Leu, uma antiga filial do banco.
"Os controles sobre o comportamento do banco no caso da Fifa, da Petrobras e da PDVSA eram independentes uns dos outros, mas levaram às mesmas conclusões", afirmou o órgão suíço em um comunicado.
A Finma constatou que o número dois do setor bancário do país havia, nesses três casos, descumprido suas obrigações em matéria de verificação da identidade do cocontratante e da busca pelos esclarecimentos necessários em caso de risco aumentado, entre outros aspectos.
"Para que um dispositivo de luta contra a lavagem de dinheiro seja eficaz, todos os cargos do banco envolvidos nisso devem poder, com um clique, ter um ideia clara do conjunto dos papéis e das relações de um cliente", acrescentou a Finma.
A agência reconheceu, porém, que o Credit Suisse trabalhava desde 2015 para ter essa visão do conjunto, fez investigações internas e tomou medidas para reforçar, de maneira geral, as questões de conformidade e da luta contra a lavagem de dinheiro.
A Finma apontou ainda que o banco cooperou ao longo do processo, mas ordenou medidas suplementares para reforçar os sistemas de controle e melhorar a governança, a organização administrativa e a gestão dos riscos do banco na gestão de fortunas. Será feita uma auditoria para verificar a eficácia das medidas adotadas.
- Controles insuficientes -A entidade reguladora do mercado suíço lançou em 2015 investigações de vários estabelecimentos bancários para verificar se alguns de seus clientes estavam envolvidos em casos suspeitos de corrupção e se esses bancos respeitaram suas obrigações de vigilância, especialmente no que se refere à luta contra a lavagem de dinheiro.
No caso do Credit Suisse, a Finma abriu dois procedimentos: um, sobre suas obrigações de diligência em relação à luta contra lavagem de dinheiro; e o outro, sobre uma relação importante para o banco com uma pessoa exposta politicamente. No segundo caso, a investigação apontou as falhas na organização na gestão de riscos.
"O Credit Suisse registrou hoje o anúncio da Finma e reconhece as conclusões, às quais ela chegou", reagiu o banco em um comunicado, ressaltando que já reforçou seu dispositivo de vigilância.
"Agradecemos à Finma por ter reconhecido os avanços que fizemos nos últimos anos", acrescentou o banco, que disse querer trabalhar estreitamente com a agência para concluir seu dispositivo.
Com a chegada do novo CEO em meados de 2015, o franco-marfiniano Tidjane Thiam, o banco passou por uma grande reorganização de suas atividades e instalou várias medidas de vigilância. Entre outras, fez cerca de 800 contratações para a área que cuida das questões de conformidade e da revisão de seu sistema de avaliação para remunerações.
De acordo com o banco, as falhas apontadas pela Finma dizem respeito ao período de 2006 a 2014.
A agência não impôs pagamento de multas, nem determinou a restituição de lucro.
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