Juros dos EUA, comércio e contágio: a crise das economias emergentes
Paris, 20 Set 2018 (AFP) - Os juros americanos, a guerra comercial, o efeito contágio: há algumas semanas, as moedas de vários países emergentes sofrem com esse cenário. Estes são alguns elementos que ajudam a entender a situação.
- Epicentro -A onda expansiva se formou quando o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) começou a subir suas taxas de juros. O efeito imediato foi o dólar ganhar força, encarecendo o custo de financiamento.
"Nesses casos, os ativos mais vulneráveis sempre são vendidos primeiro", explica Isabelle Mateos y Lago, diretora-general da BlackRock Investment Institute.
- Detonador comercial -A decisão do Fed fragilizou a estrutura, mas não explica sozinha os movimentos violentos de algumas divisas nos últimos meses.
A inquietação com o vigor do crescimento chinês ampliou a pressão. Mas a verdadeira tensão se deve à guerra comercial.
O mundo emergente foi a "principal vítima colateral" do Fed e da guerra comercial dos Estados Unidos "que duplicou a pena", escreveu Didier Saint-Georges, membro do comitê de investimentos de Carmignac.
- A divisa: primeira vítima -Quando há complicações, cria-se uma hierarquia entre os países e os ativos: as moedas são trocadas em um mercado muito grande e volátil, onde os investidores normalmente iniciam o movimento. Em seguida, vêm as ações e os títulos da dívida.
"Todos os ativos emergentes sofreram. A volatilidade mais forte afetou as divisas, mas as ações emergentes também perderam 11% desde que teve início o ano, e a dívida tampouco saiu ilesa", resumiu Isabelle Mateos y Lago.
- Por que a moeda turca foi a primeira?"Foram sobretudo as tensões pelo pastor americano preso na Turquia que serviram como detonador", avaliou Regis Chatellier, analista da Société Générale CIB.
"O país estabeleceu suas posições, o presidente americano respondeu impondo tarifas e os investidores começaram a ter medo, já que o país depende maciçamente do financiamento estrangeiro em dólares", completou.
Desde então, a decisão do Banco Central turco de subir os juros fez a temperatura cair, mas a situação continua sendo frágil.
- Argentina, África do Sul e Indonésia: contágio ou exagero?Depois da tensão com a lira turca, "os mercados procuraram a próxima vítima e quiseram repetir o mesmo com a Argentina", analisa Chatellier.
"A Argentina cumpria, teoricamente, todos os requisitos. Com a diferença de que tem o apoio do FMI", observa especialista.
Ele acredita que a tensão com esse país "foi um pouco exagerada".
"Para a África do Sul, o contexto é muito específico e a principal preocupação é com a reforma agrária".
Já na Indonésia, "seu déficit externo é muito moderado, sua taxa de inflação é baixa, não há superaquecimento da economia e a configuração é diferente", acrescenta.
"Trata-se mais de pressões em países que têm uma situação particular", avalia Jean-Marc Mercier, diretor da divisão de mercado de capitais do HSBC, que evoca ao contrário países "aonde tudo vai bem" como os do Oriente Médio, o Chile e até a Coreia do Sul.
- Primeiros sinais de crise mundial? -Para muitos especialistas, a resistência da economia chinesa desempenhará um papel fundamental na prevenção do contágio em escala global.
A crise que aflige grandes economias emergentes não teve um efeito contagioso imediato "como no fim da década de 1990", já que elas são "menos vulneráveis do que então", reconheceu a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na quinta-feira.
"O agravamento das tensões comerciais pode exacerbar as fraquezas, especialmente se a China acabar sendo afetada, refletindo a crescente integração na rede de comércio global da maioria dos mercados emergentes nas últimas duas décadas", explicou a organização.
- Epicentro -A onda expansiva se formou quando o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) começou a subir suas taxas de juros. O efeito imediato foi o dólar ganhar força, encarecendo o custo de financiamento.
"Nesses casos, os ativos mais vulneráveis sempre são vendidos primeiro", explica Isabelle Mateos y Lago, diretora-general da BlackRock Investment Institute.
- Detonador comercial -A decisão do Fed fragilizou a estrutura, mas não explica sozinha os movimentos violentos de algumas divisas nos últimos meses.
A inquietação com o vigor do crescimento chinês ampliou a pressão. Mas a verdadeira tensão se deve à guerra comercial.
O mundo emergente foi a "principal vítima colateral" do Fed e da guerra comercial dos Estados Unidos "que duplicou a pena", escreveu Didier Saint-Georges, membro do comitê de investimentos de Carmignac.
- A divisa: primeira vítima -Quando há complicações, cria-se uma hierarquia entre os países e os ativos: as moedas são trocadas em um mercado muito grande e volátil, onde os investidores normalmente iniciam o movimento. Em seguida, vêm as ações e os títulos da dívida.
"Todos os ativos emergentes sofreram. A volatilidade mais forte afetou as divisas, mas as ações emergentes também perderam 11% desde que teve início o ano, e a dívida tampouco saiu ilesa", resumiu Isabelle Mateos y Lago.
- Por que a moeda turca foi a primeira?"Foram sobretudo as tensões pelo pastor americano preso na Turquia que serviram como detonador", avaliou Regis Chatellier, analista da Société Générale CIB.
"O país estabeleceu suas posições, o presidente americano respondeu impondo tarifas e os investidores começaram a ter medo, já que o país depende maciçamente do financiamento estrangeiro em dólares", completou.
Desde então, a decisão do Banco Central turco de subir os juros fez a temperatura cair, mas a situação continua sendo frágil.
- Argentina, África do Sul e Indonésia: contágio ou exagero?Depois da tensão com a lira turca, "os mercados procuraram a próxima vítima e quiseram repetir o mesmo com a Argentina", analisa Chatellier.
"A Argentina cumpria, teoricamente, todos os requisitos. Com a diferença de que tem o apoio do FMI", observa especialista.
Ele acredita que a tensão com esse país "foi um pouco exagerada".
"Para a África do Sul, o contexto é muito específico e a principal preocupação é com a reforma agrária".
Já na Indonésia, "seu déficit externo é muito moderado, sua taxa de inflação é baixa, não há superaquecimento da economia e a configuração é diferente", acrescenta.
"Trata-se mais de pressões em países que têm uma situação particular", avalia Jean-Marc Mercier, diretor da divisão de mercado de capitais do HSBC, que evoca ao contrário países "aonde tudo vai bem" como os do Oriente Médio, o Chile e até a Coreia do Sul.
- Primeiros sinais de crise mundial? -Para muitos especialistas, a resistência da economia chinesa desempenhará um papel fundamental na prevenção do contágio em escala global.
A crise que aflige grandes economias emergentes não teve um efeito contagioso imediato "como no fim da década de 1990", já que elas são "menos vulneráveis do que então", reconheceu a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na quinta-feira.
"O agravamento das tensões comerciais pode exacerbar as fraquezas, especialmente se a China acabar sendo afetada, refletindo a crescente integração na rede de comércio global da maioria dos mercados emergentes nas últimas duas décadas", explicou a organização.
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