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Marriott diz que até 500 milhões de hóspedes são vítimas de hacking

30/11/2018 21h14

Nova York, 30 Nov 2018 (AFP) - Cerca de 500 milhões de hóspedes dos hotéis Marriott International podem ter sido vítimas de um hacking que, em muitos casos, roubou números de passaporte, datas de nascimento ou outros dados de identificação, que remontam a 2014, anunciou a empresa nesta sexta-feira (30).

O ciberataque, um dos maiores já divulgados, provocou uma grande queda nas ações da Marriott e investigações em ao menos três estados, incluindo a da procuradora-geral de Nova York, Barbara Underwood, que disse no Twitter que "os nova-iorquinos merecem saber que suas informações pessoais serão protegidas".

A Marriott informou que foi alertada em 8 de setembro que tinha havido uma tentativa de hackear seu banco de dados de reservas nos Estados Unidos.

Uma investigação subsequente concluiu, em 19 de novembro, "que houve acesso não autorizado à rede Starwood desde 2014", que comprometia informações pessoais e financeiras.

As marcas de hotéis da rede Starwood incluem Sheraton, Westin, Four Points e W Hotels. A Marriott concluiu uma aquisição de US$ 13,6 bilhões da Starwood em 2016.

"Lamentamos profundamente que este incidente tenha acontecido", disse o chefe da Marriott, Arne Sorenson, em um comunicado. "Ficamos aquém do que nossos hóspedes merecem e do que esperamos de nós mesmos".

A investigação determinou que, para cerca de 327 milhões de hóspedes, as informações hackeadas incluíam itens como nomes, endereços, números de passaporte e datas de nascimento. A Marriott não descartou que hackers tenham conseguido acessar algumas informações criptografadas de cartão de crédito.

Para os outros hóspedes, as informações eram limitadas a nomes e, às vezes, a outros dados como endereços de correspondência e e-mail ou outras informações, segundo a empresa.

- Impacto na reputação? -Depois de chegar ao acordo com a Marriott em novembro de 2015, a Starwood divulgou que sofreu um hacking em alguns hotéis na América do Norte, determinando posteriormente que o malware afetou restaurantes e lojas de presentes, mas que não havia evidências de que o roubo contivesse dados importantes sobre o consumidor, como números da previdência social ou senhas de cartão de débito.

A declaração da Marriott não mencionou a revelação anterior da Starwood.

A Marriott informou que vai contatar as vítimas do hacking e oferecerá apoio aos afetados, incluindo uma inscrição gratuita de um ano no WebWatcher, um serviço que monitora sites da Internet onde dados pessoais são compartilhados.

A Marriott também está trabalhando com policiais e especialistas em segurança para aumentar a segurança de seu sistema.

Além de Nova York, promotores da Pensilvânia e Maryland estão investigando o incidente. Autoridades federais também estão monitorando o episódio.

"O FBI está ciente da informação e está rastreando a situação", disse um porta-voz. "Indivíduos contatados pela empresa devem tomar medidas para monitorar e proteger suas informações pessoalmente identificáveis e relatar quaisquer casos suspeitos de roubo de identidade para o Centro de Reclamações contra Crimes na Internet do FBI em www.ic3.gov."

Este é o caso mais recente de violações maciças que comprometeram dados pessoais e podem causar anos de dores de cabeça para as vítimas, que muitas vezes enfrentam sérias repercussões legais e financeiras.

O maior caso de hacking conhecido atingiu três bilhões de contas do Yahoo em 2013 e 2014.

A Marriott disse que era "prematuro" estimar o impacto financeiro da violação e que ela possui um seguro cibernético que poderia cobrir alguns dos custos.

"A empresa não acredita que este incidente afetará sua saúde financeira de longo prazo", disse a Marriott em um documento de depósito de títulos.

A Marriott provavelmente enfrentará um impacto de curto prazo em sua reputação, embora o incidente seja mitigado pelo fato de que a violação foi limitada às propriedades da Starwood e não à própria marca Marriott, disse uma nota da Goldman Sachs.

"Experiências de varejistas sugerem que o tráfego e a perda de ações ocorrem, mas tendem a ser de curta duração, especialmente se os consumidores acreditarem que estão mais seguros depois que a violação ocorreu", disse a Goldman Sachs.

As ações da Marriott fecharam em queda de 5,6%, para US$ 115,03.