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América Latina crescerá 1,7% em 2019 e incerteza se manterá, aponta Cepal

20/12/2018 17h13

Santiago, 20 dez 2018 (AFP) - A economia da América Latina crescerá 1,7% em 2019, em um cenário em que as "incertezas mundiais serão maiores e provenientes de distintas frentes", o que impactará os preços das matérias-primas, anunciou a Cepal divulgado nesta quinta-feira.

Após registrar neste ano uma expansão de 1,2% - levemente inferior à de 2017 -, impulsionada pelo consumo privado e por uma leve recuperação dos investimentos e das exportações, os países latino-americanos voltarão a ter um ano marcado pela incerteza mundial, diz o documento da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) - um organismo técnico das Nações Unidos com sede em Santiago.

Em seu último relatório econômico do ano, a Cepal projetou também que a região encerrará 2018 com um crescimento médio de 1,2%, percentual que mostra uma pequena queda em relação ao prognóstico anterior, de outubro, que apontava um crescimento de 1,3%.

Segundo o relatório, os países da América Latina e do Caribe enfrentarão "um cenário econômico mundial complexo nos próximos anos, em que se espera uma redução da dinâmica do crescimento, tanto dos países desenvolvidos como das economias emergentes, acompanhada por um aumento na volatilidade dos mercados financeiros internacionais".

Adicionalmente, se projeta um enfraquecimento estrutural do comércio internacional, agravado pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

Como resultado desse cenário de incerteza, a Cepal projeta uma queda de 7% nos preços dos produtos básicos, motores do crescimento econômico regional, até 2019. O valor dos minerais e metais, crucial para os países da América do Sul, diminuirá em média 5%, enquanto os produtos agrícolas diminuirão 2%, de acordo com as projeções. Para o petróleo, é esperada uma queda de 16%.

"As políticas públicas são necessárias para fortalecer as fontes de crescimento e enfrentar a incerteza global", disse Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal, ao apresentar o relatório em uma entrevista coletiva.

- Venezuela, o pior desempenho -A Venezuela registra o pior desempenho econômico da região durante 2018. Seu PIB encolheu pelo quinto ano consecutivo em 15%, com uma retração acumulada de 44,3% em relação ao PIB de 2013, em consequência da crise enfrentada pelo governo de Nicolás Maduro.

A Nicarágua, que também enfrenta uma crise política que impactou o comércio e principalmente o turismo, sofrerá neste ano uma queda do PIB de 4,1%, frente à expansão de 4,9% do ano anterior.

A previsão para a Argentina é de um recuo de 2,6%, em 2018, após registrar crescimento econômico de 2,9% em 2017, abalada principalmente pela crise cambiária.

Para 2019, a Cepal espera que a economia argentina registre uma nova retração de 1,8%, apesar de "uma ligeira recuperação na renda real das famílias, uma melhora na safra agrícola e a continuação do crescimento dos parceiros comerciais, com impacto positivo no consumo privado, no investimento e nas exportações".

Já para o Brasil, maior economia da região, manteve um ritmo de expansão lento. A expectativa é que o país feche 2018 com crescimento de 1,3% - não muito superior ao 1,1% de 2017.

O país "ainda não superou plenamente a recessão observada entre 2015 e 2016", afirma a Cepal. Para o ano que vem, se espera uma leve recuperação, com um crescimento de 1,3%, que no ano que vem pode chegar a 2%.

A República Dominicana teve o maior crescimento da região, com uma expansão de 6,3%, uma expansão significativa em relação aos 4,6% de 2017, como resultado, segundo a Cepal, do forte crescimento da economia dos Estados Unidos - seu principal parceiro comercial e maior fonte de remessas e de turismo.

Ela é seguida da Bolívia, cuja economia continua a demonstrar forte dinamismo, com crescimento projetado de 4,4% para este ano, graças a um aumento do investimento público e do consumo.

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