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Bitcoin chega a marca de US$ 100 mil; vale investir de olho em 2025?

No início de dezembro, o bitcoin (BTC) superou o patamar simbólico de US$ 100 mil (quantia equivalente a mais de R$ 600 mil). Para os investidores, o marco reflete a força do mercado e a maturidade do segmento de criptomoedas.

Mas é, de fato, uma boa hora para investir no BTC? O ativo deve manter a tendência ascendente em 2025 ou haverá algum recuo? E como a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos pode impactar o mercado? Veja abaixo.

É uma boa hora para investir ou vale esperar?

Moeda pode ter correção no curto prazo. Segundo o analista da Foxbit, Beto Fernandes, é possível que o BTC passe por um reajuste nos próximos meses, uma vez que o patamar dos US$ 100 mil tem mostrado uma resistência complexa de preço. Na mesma linha, o head de marketing do Allintra, Alexandre Nolde, ressalta que o ativo é conhecido por sua oscilação.

BTC passa por novo ciclo de alta após "halving" em 2024. Em períodos como esse, diz Nolde, há sempre muito entusiasmo entre os investidores e valorizações expressivas, o que ocorreu em 2017 e 2021, por exemplo. "Nessas épocas, o mercado foi impulsionado por um grande número de novos investidores, otimismo generalizado e uma crescente adesão, algo que já está acontecendo novamente", diz.

Incertezas nas políticas monetárias podem impulsionar as criptos. Segundo Nolde, com a inflação em alta no mundo e a falta de previsibilidade nos Bancos Centrais, é comum a busca por ativos alternativos, com o bitcoin figurando como opção atrativa. "No entanto, como em qualquer investimento, é essencial agir com cautela, estratégia e planejamento", afirma ele.

Fator "Trump" deve pesar a favor. A moeda chegou a mais de US$ 106 mil, renovando a máxima histórica depois que o novo presidente dos EUA sugeriu, em entrevista à CNBC, criar uma nova reserva estratégica de bitcoin —algo semelhante ao que ocorre com o petróleo. Ainda na campanha, o futuro mandatário se posicionou de maneira favorável ao fortalecimento da indústria. "Caso Trump cumpra suas promessas, este pode ser um bom incentivo para o desenvolvimento do setor, abrindo novas empresas e atraindo mais players para dentro deste ambiente", diz Fernandes, da Foxbit.

Como investir em BTC com segurança?

Regularidade nos aportes e pensamento de longo prazo. Para Nolde, uma estratégia interessante para iniciantes é o método média do custo em dólar (DCA, em inglês), que consiste em investir pequenas quantias regularmente. Essa abordagem ajuda a suavizar os efeitos da volatilidade, permitindo que o investidor construa sua posição de forma gradual, sem a pressão de acertar o momento exato do mercado.

Investimento via ETFs é opção. Além da compra fracionada do ativo, os investidores podem fazer aportes por meio de ETFs, os fundos de índice negociados em Bolsa que replicam a performance de um índice, setor ou commodity. Desde o início do ano, quando a SEC (a CVM norte-americana) deu o aval para a listagem de ETFs de bitcoin à vista, esses fundos ganharam força tanto nos EUA quanto no Brasil.

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Não só a estrutura de preços é muito agradável, mas os próprios fundamentos do bitcoin estão cada vez mais fortes. Estamos falando desde uma possível flexibilização regulatória para as criptomoedas nos Estados Unidos, o corte nos juros e a forte demanda pelo ativo via ETFs.
Beto Fernandes, analista da Foxbit

DeFi e tokenização de ativos ganham força. Segundo relatório do BTG Pactual, o panorama político mais favorável ao desenvolvimento de uma estrutura regulatória mais clara ao setor cripto e o ciclo de flexibilização monetária na principal economia do mundo, iniciado neste ano com a queda dos juros, devem beneficiar a performance de ativos de risco, a exemplo das criptomoedas, em 2025. Neste cenário, as finanças descentralizadas (DeFi) e a tokenização de ativos reais (RWA) surgem entre as principais apostas do setor.

Mas quais os riscos?

Oscilação elevada requer cautela. Por isso, o head de crypto do Grupo Braza, Arthur Ribeiro de Carvalho, afirma que é recomendado que iniciantes aloquem apenas uma pequena parte do patrimônio e outras criptomoedas, como a ethereum (ETH). O melhor caminho é diversificar com ativos mais tradicionais para amenizar os riscos de curto e médio prazos.

Gerenciamento de risco e da carteira é fundamental. Segundo Fernandes, da Foxbit, vale investir apenas aquela quantia que não vai impactar as finanças naquele mês. Ao mesmo tempo, é importante criar um portfólio equilibrado e "pé no chão". "Não há nada de errado em investir em memecoins, por exemplo. No entanto, dificilmente você vai ter tranquilidade, se essa memecoin for a maior parte da sua carteira. Por isso, foque em projetos consolidados e, só então, busque surfar em outros mares do mercado", diz.

Estudar o mercado é lição de casa. Ao entender os ciclos do mercado, o impacto do "halving" (evento que reduz pela metade a recompensa com a mineração da criptomoeda) e o funcionamento de outras criptos, como ethereum (ETH) ou dogecoin (DOGE), além das perspectivas para o mercado financeiro global, podem trazer uma boa base para a decisão de investimento.

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E as perspectivas para 2025?

Efeitos do último halving devem ser mais visíveis no próximo ano. De acordo com Carvalho, do Grupo Braza, historicamente o valor do ativo começa a subir depois de alguns meses do evento, o que coloca a possibilidade de um movimento já na primeira metade de 2025.

Demanda permanece sólida com ETFs. Segundo Fernandes, investidores institucionais e tradicionais observam com atenção a criptomoeda. Neste sentido, os ETFs têm forte procura no mercado —diferente do setor de derivativos. Ele também acredita que os contratos futuros são um grande ambiente de especulação que ajudam no desempenho do BTC.

2025 pode ter novo recorde de preço. Para Nolde, com maior adoção institucional, avanços tecnológicos e regulamentações mais claras, a moeda pode renovar a sua máxima. Ele diz que o primeiro ciclo de alta após o halving normalmente é o mais expressivo.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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