França e Alemanha se articulam para criar 'campeões europeus' na indústria
Berlim, 19 Fev 2019 (AFP) - Os ministros da Economia alemão e francês anunciaram nesta terça-feira uma estratégia industrial comum para a União Europeia (UE), com o objetivo de criar "novos campeões" industriais, como Airbus, e após a fusão fracassada da Siemens-Alstom.
"É um dia importante já que, após meses de trabalho, nos pusemos de acordo sobre a definição de uma estratégia industrial para a Europa, que vamos propor a nossos sócios europeus", declarou o francês Bruno Le Maire em coletiva de imprensa com seu homólogo alemão, Peter Altmaier.
Os sócios escolheram a produção de baterias elétricas como primeiro projeto concreto de cooperação, que estará aberto a outros países europeus.
Alemanha destinou um fundo de 1 bilhão de euros, e a França, 700 milhões, afirmou Altmaier.
Berlim e Paris esperam uma resposta da Comissão Europeia sobre o tema antes de 1 de abril.
"É a primeira vez em anos, (...) até décadas, que lançamos uma iniciativa desta importância e que França e Alemanha se colocam de acordo sobre uma estratégia comum em matéria industrial para o século XXI", garantiu Le Maire.
"Se a Europa quer continuar sendo um motor industrial em 2030, necessitamos una verdadeira política europeia", destaca o memorando proposto pelos dois países, lembrando que apenas cinco grupos europeus fazem parte das 40 maiores empresas do mundo.
O documento avalia que os critérios da UE prejudicam as empresas europeias em comparação com seus concorrentes mundiais.
Enquanto as regras não forem as mesmas para todos, e enquanto "alguns países subsidiam maciçamente suas próprias empresas (...) Devemos fazer o possível para que nossos grupos possam crescer e ser competitivos", afirmam os dois países, mencionando a China sem citá-la.
Eles propõem, em alguns casos bem definidos, permitir que as decisões da Comissão Europeia sobre fusões e aquisições sejam contestadas.
"É claro que a Alemanha e a França não vão decidir sozinhas se essas regras precisam ser modificadas e como", disse Altmaier, ressaltando que precisará ser acordado com os outros países da UE, o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia.
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