Críticas de Trump ao governo da China antecipam um G20 tenso
Osaka, Japão, 27 Jun 2019 (AFP) - As críticas do presidente americano Donald Trump ao governo da China antecipam uma reunião tensa do G20 em Osaka (Japão), onde o presidente chinês Xi Jinping desembarcou nesta quinta-feira para o encontro de dois dias do grupo de países desenvolvidos e emergentes.
"A economia chinesa está em queda. Eles querem um acordo", declarou Trump na quarta-feira em uma entrevista ao canal Fox Business Network.
A guerra comercial entre China e Estados Unidos será um dos temas centrais do encontro, durante o qual está prevista uma reunião bilateral entre Xi e Trump.
As duas maiores economias do planeta adotaram tarifas de importação mútuas nos últimos meses, que no caso de Washington chegam a 200 bilhões de dólares em produtos chineses. E a Casa Branca ameaça ampliar a medida.
"Há outros 325 bilhões aos quais ainda não impus tarifas, estão maduros para os impostos, para aplicar tarifas", afirmou Trump a Fox.
Os mercados aguardam pelo menos uma pausa na guerra comercial que, de acordo com analistas e instituições internacionais, coloca em perigo o crescimento da economia mundial.
"Ficaria muito surpreso se conseguissem solucionar todas as complicadas divergências nos próximos dias", afirmou David Dollar, analista sobre a China na Brookings Institution, com sede em Washington.
"Temos que ver se acontecerá algum tipo de mini-acordo e o mais importante seria se o governo dos Estados Unidos aceitasse congelar a aplicação ed uma nova rodada de tarifas", completou Dollar.
Além da China, Trump não hesitou em chamar de "inaceitáveis" as tarifas da Índia aos produtos americanos.
"Estou querendo falar com o primeiro-ministro (Narendra) Modi sobre o fato de que a Índia, que durante anos aplicou tarifas muito elevada contra os Estados Unidos, as aumentou ainda mais recentemente. É inaceitável e tem que retirá-las", escreveu Trump no Twitter.
Os países do G20 representam quase 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
- Tensão com o Irã -Na frente diplomática, a reunião também abordará a tensão com o Irã depois que Trump anunciou ter cancelado no último minuto um ataque contra o país como represália à destruição de um drone americano.
Trump afirmou que não busca um conflito com o Irã, mas indicou que se este começar "não vai durar muito".
O presidente iraniano Hassan Rohani tentou reduzir a tensão ao declarar na quarta-feira que seu país "nunca buscará a guerra".
Donald Trump também tem uma reunião prevista com o presidente russo Vladimir Putin. A relação entre os dois está marcada pelas suspeitas de interferência de Moscou nas eleições americanas de 2016.
Os três países latino-americanos do G20 (Brasil, Argentina e México) chegam a Osaka com uma agenda especialmente econômica, mas também política.
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro se reunirá com o chinês Xi Jinping.
A China é um dos principais compradores de produtos brasileiros como soja e minério de ferro, mas o Brasil aspira exportar para o gigante asiático produtos de maior valor
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, terá como objetivo concluir o ambicioso e complexo tratado comercial entre a União Europeia e o Mercosul, negociado há vários anos.
Macri se reunirá com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
As negociações entre UE e Mercosul enfrentam divisão entre os países europeus: nações como a França desejam proteger seus agricultores, enquanto outras, como Alemanha e Espanha, desejam um acordo agora.
O grupo de Lima organizará uma reunião em Osaka para debater a situação na Venezuela, país que enfrenta uma grave crise política e econômica, para pressionar o governo de Nicolás Maduro.
pc-bur/pb/fp
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