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Exportações da China crescem, apesar da guerra comercial

08/08/2019 13h38

Pequim, 8 Ago 2019 (AFP) - As exportações totais chinesas voltaram a subir ligeiramente em julho, apesar do conflito comercial com os Estados Unidos, mas as novas sanções anunciadas por Washington devem acabar cobrando seu preço da segunda economia mundial.

As vendas totais de produtos chineses para o exterior aumentaram 3,3% em julho, em relação ao ano passado, o que representa um avanço em comparação à queda de 1,3% em junho.

As importações recuaram novamente, após uma queda de 7,3% no mês passado.

Esses dados são melhores do que o esperado pelos analistas, que apostaram em um novo declínio nas exportações, em torno de 1% de acordo com a previsão da agência Bloomberg, e uma queda ainda maior nas importações, de 8,8%.

No entanto, as perspectivas de médio e longo prazo da balança comercial do gigante asiático não são as mais animadoras.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que, a partir de 1º de setembro, aplicará uma tarifa suplementar de 10% sobre quase todos os produtos chineses que ainda não foram afetados pelas medidas protecionistas.

O governo chinês reagiu na segunda-feira ao reduzir o valor do iuane, uma medida que talvez tenha servido para favorecer as exportações, mas que levou o Federal Reserve (Fed) a acusá-lo de "manipular a moeda".

"As exportações ainda podem ser ameaçadas, apesar do alívio da queda do iuane, pelas novas tarifas aduaneiras dos EUA e pela instabilidade da demanda externa", disse Julian Evans-Pritchard, do gabinete Capital Economics.

- Europa e Ásia compensam -As exportações chinesas podem se beneficiar em agosto de um aumento das compras dos EUA antes da provável alta de preço com a introdução das novas tarifas, como foi o caso na leva de taxas anterior, lembra este especialista.

Mas esse efeito pode ter um impacto menor neste momento, já que a capacidade de armazenamento dos portos dos EUA não é infinita.

O superávit comercial da China permaneceu estável em julho, em 45,05 bilhões de dólares, ligeiramente acima de 44,23 bilhões no mês passado.

Com relação aos Estados Unidos, o superávit comercial da China foi reduzido em julho e ficou em 27,97 bilhões de dólares, enquanto em junho foi de 29,9 bilhões.

As exportações chinesas para o mercado americano foram reduzidas em 6,46% em julho em relação ao ano passado e as importações caíram 19,09%. Os números são melhores do que os de junho, quando foram registradas quedas de 7,75% e 31,44%, respectivamente.

Já as exportações da segunda maior economia mundial para a União Europeia (UE) e Sudeste Asiático aumentaram 15% e 6,5% em julho, respectivamente.

Esses dados confirmam o impacto das novas medidas protecionistas anunciadas em maio por Trump, que aumentou as tarifas alfandegárias sobre 200 bilhões de dólares em importações chinesas de 10% para 25%. Até então, as tarifas de 25% afetavam eram aplicadas sobre cerca de 50 bilhões.

Pequim estabeleceu tarifas adicionais sobre 110 bilhões de dólares em importações dos EUA.

O gigante asiático anunciou outras medidas de pressão, não necessariamente na forma de tarifas, depois da nova leva de medidas protecionistas em Washington e da escalada na guerra comercial EUA-China.

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