Novos protestos no Líbano em dia crucial para o plano de reformas do governo
Beirute, 21 Out 2019 (AFP) - O Líbano se prepara nesta segunda-feira para novas manifestações, um um dia crucial do inédito movimento de protestos contra os políticos, enquanto o governo tenta retomar o controle com a apresentação de um plano de reformas, uma tarefa árdua ante a irritação popular cada vez maior.
Enquanto as ruas do Líbano registram protestos há cinco dias, o governo iniciou um conselho de ministros extraordinário, com a presença do primeiro-ministro Saad Hariri e do presidente Michel Aoun.
A imprensa libanesa afirma que o objetivo do Executivo é provocar um "choque", com a promessa de aprovar reformas, algo impossível até o momento pelas disputas e divisões políticas.
Nos últimos anos, o nível de vida dos libaneses piorou, com cortes frequentes do fornecimento de água e energia elétrica, 30 anos após o fim da guerra civil (1975-1990).
A imprensa libanesa considera esta segunda-feira o dia da verdade para o governo. O jornal L'Orient Le Jour questiona se o plano, que prevê a princípio medidas concretas e rápidas, bastará para acalmar os manifestantes.
Desde o início da manhã, manifestantes bloqueavam avenidas em todo o país. A convocação para os protestos era cada vez mais intensa nas redes sociais.
Bancos, universidades e escolas permanecerão fechados nesta segunda-feira.
No domingo, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas para exigir uma mudança radical de um sistema político acusado de corrupção e clientelismo, em meio a uma grave crise econômica.
De Beirute até a cidade de maioria sunita de Trípoli, ao norte, passando pelas cidades xiitas do sul e as localidades drusas ou cristãs do leste, os libaneses demonstraram uma inédita unidade para criticar os políticos.
Aos gritos "revolução" ou o "o povo quer a queda do regime", milhares pessoas invadiram o centro da capital.
O movimento nasceu de forma espontânea na quinta-feira, após o anúncio de uma tarifa para as ligações feitas pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, medida que foi cancelada por pressão das ruas.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro Saad Hariri deu prazo de 72 horas a sua frágil coalizão para que apoie suas reformas bloqueadas pelas divisões políticas. Mas o discurso foi interpretado pelos manifestantes como uma tentativa de salvar a classe política.
De acordo com fontes do governo, o plano elaborado por Hariri recebeu no domingo a aprovação dos partidos da coalizão, dominada pelo Movimento Patriótico Livre, próximo a Aoun e ao Hezbollah.
Entre as medidas esperadas, o governo deve prometer não impor mais impostos e adotar um importante programa de privatizações.
Mas as mudanças prometidas não parecem suficiente para acalmar os manifestantes.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.