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Transporte aéreo desacelera em 2019 pelas guerras comerciais e tensões sociais

11/12/2019 12h25

Genebra, 11 dez 2019 (AFP) - As companhias aéreas anunciaram nesta quarta-feira que foram duramente atingidas em 2019 por guerras comerciais e tensões sociais, com lucros líquidos bem abaixo das expectativas, mesmo que permaneçam operando no azul.

A atividade de frete, por sua vez, está mais fraca desde a crise financeira de 2008-2009.

O setor de transporte aéreo terá gerado um lucro líquido de US$ 25,9 bilhões em 2019, uma queda de 7,5% em relação à última previsão de junho, quando a Iata já havia revisado sua previsão de 21% para até 28 bilhões de dólares, anunciou a organização, que reúne 290 membros e representa 82% do tráfego aéreo global.

Em 2018, os lucros atingiram US$ 27,3 bilhões, com uma receita por passageiro de US$ 6,22, em comparação com US$ 5,70 em 2019 e uma previsão de US$ 6,20 para 2020.

O setor permanecerá no azul em 2019 pelo décimo ano consecutivo, com 2015 e 2016 os melhores anos nesse período.

Para 2020, a Iata espera um lucro líquido de US$ 29,3 bilhões, apostando em "uma recuperação do comércio internacional de 3,3%, em comparação com 0,9% em 2019" com "uma trégua" nas tensões comerciais, em "um ano de eleições nos Estados Unidos e um preço do petróleo que deve "permanecer relativamente baixo".

"A desaceleração do crescimento econômico, as tensões geopolíticas, a agitação social e a persistente incerteza sobre o Brexit criaram um ambiente mais difícil do que o esperado para as companhias aéreas", disse o diretor-geral da Iata, Alexandre de Juniac, em coletiva de imprensa.

Em um contexto pouco promissor, é o frete aéreo que mais sofreu e a demanda em 2019 foi "a mais fraca desde a crise financeira de 2008-2009", com queda de 5% da atividade, explicou Brian Pearce, economista da organização.

- Boicote -Para 2020, a organização espera um crescimento de 4,1% no tráfego de passageiros, comparado com 4,2% em 2019, enquanto o tráfego poderá dobrar até 2037 para atingir 8,2 bilhões de passageiros aéreos.

Segundo Pearce, a organização não detectou por enquanto impacto no tráfego na Europa do movimento de boicote ao avião iniciado pela jovem ativista sueca Greta Thunberg.

"Não conseguimos detectar" um efeito sobre o tráfego, "mas o que poderia ter retardado o tráfego na Europa são os impostos (sobre passagens aéreas). No futuro, esse (boicote ao avião) será um assunto nos países mais ricos. O crescimento do tráfego virá da Ásia. A Europa é um mercado relativamente maduro", estimou.

Apesar da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, é neste país que o tráfego aéreo registrou o maior crescimento. Em outubro de 2019, em 10 meses, registrou um aumento de 8,5% no tráfego doméstico comparado com o mesmo período de 2018.

Os mercados europeus, com forte crescimento nos países do leste, e o mercado asiático, também registraram forte crescimento entre 7% e 8%.

Em termos de receita financeira, as empresas americanas, responsáveis por 65% dos lucros do setor em 2019, continuarão sendo as melhores, segundo Iata.

No mercado europeu, muito menos consolidado, pelo menos uma dúzia de empresas foi varrida do mapa nos últimos dois anos, segundo Iata.

"Existe uma fragilidade das companhias aéreas em geral e de várias empresas europeias em particular. Não é possível excluir a possibilidade de que mais empresas enfrentarão dificuldades em 2020" em um setor onde "a concorrência é muito forte e onde é caro operar", de acordo com Juniac.

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