Imprensa dos EUA pede apoio do governo diante da crise agravada pela COVID-19
Washington, 2 Abr 2020 (AFP) - A já debilitada indústria da imprensa americana está sofrendo totalmente com os efeitos da pandemia e pressiona por ajuda do governo, enquanto se esforça para continuar cobrindo a crise do coronavírus.
Os meios de comunicação começaram a demitir funcionários e cortar salários, apesar de os leitores se voltarem cada vez mais a eles para obter informação confiável sobre o surto de coronavírus.
Inúmeras empresas americanas do setor enfrentam "uma crise existencial", com o quase colapso da renda por publicidade, segundo uma carta que dois grupos da indústria enviaram ao presidente Donald Trump e a líderes do Congresso.
A mensagem, da News Media Alliance e da America's Newspapers, que representam centenas de meios de comunicação, pede "uma discussão sobre as ações que o governo federal pode adotar para colaborar na manutenção do ecossistema informativo".
"Embora muitos editores tenham visto um aumento no tráfego online e nas assinaturas digitais, essa renda de forma alguma compensa as grandes perdas de publicidade", afirmou David Chavern, do News Media Alliance.
Ken Doctor, um analista de mídia e consultor, destacou a ironia da situação atual, na qual o público precisa de mais informações do que nunca.
Apesar de alguns jornais registrarem picos de leitura em suas versões digitais, a publicidade foi afetada pela queda nas condições comerciais e pela relutância dos vendedores em colocar anúncios junto às notícias da crise, considerou.
Para Doctor, os meios que dependem mais da renda por assinaturas, como o The New York Times e Wall Street Journal, podem enfrentar melhor a crise.
- Um alívio no caminho? -Os resgates chegam em conta-gotas.
Facebook disse estar disposto a investir 100 milhões de dólares para ajudar a mídia a enfrentar a crise, inclusive com subsídios de "emergência".
A National Geographic Society, por sua vez, lançou um fundo de emergência para jornalistas de todo o mundo que cobrem a emergência da COVID-19 em suas próprias comunidades, com doações entre mil e 8.000 dólares.
A questão da ajuda do governo federal é politicamente incômoda para os meios de comunicação, e surge em um cenário de contínuos ataques do presidente Donald Trump contra a imprensa.
O professor de política pública da Universidade de Duke, Philip Napoli, afirmou que a crise pode ajudar o público a refletir sobre a importância dos meios de comunicação.
"O preço que pagamos pelas notícias e o preço que os anunciantes pagam para alcançar os consumidores de notícias não reflete o valor econômico destas", apontou.
rl/it/dg/lp\aa
THE NEW YORK TIMES COMPANY
GANNETT
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.