Comissão Europeia tem até 6 de maio para apresentar plano de reconstrução
Bruxelas, 23 Abr 2020 (AFP) - Os chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) encarregaram a Comissão Europeia, nesta quinta-feira (23), de apresentar um plano de reconstrução até 6 de maio para tirar o bloco da profunda recessão projetada para 2020, devido à crise do novo coronavírus.
"Hoje todos concordamos em trabalhar em um fundo de recuperação específico dedicado à crise da COVID-19, que é necessário e urgente, que seja grande o suficiente para enfrentar a magnitude da crise", afirmou o presidente do Conselho, Charles Michel.
"A Comissão Europeia deve vir com uma nova proposta de Marco Financeiro Plurianual [o orçamento da UE 2021-2027] para 6 de maio, com um fundo de reconstrução", disse uma fonte diplomática à AFP, após mais de quatro horas de debate por videoconferência.
A presidente do Executivo comunitário, Ursula von der Leyen, que celebrou o "unânime" encargo dos 27 mandatários europeus, manifestou à imprensa seu desejo de que o plano esteja pronto para a "segunda, ou terceira, semana de maio".
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a crise do "grande confinamento" pode causar uma deterioração inédita das economias europeias desde a "grande depressão" dos anos 1930, com uma contração do PIB na Eurozona de até 7,5% em 2020.
"O impacto do coronavírus é enorme em toda UE, inclusive no âmbito econômico", tuitou o premiê holandês, Mark Rutte, comprometendo-se a trabalhar de "forma construtiva" com base nas propostas da Comissão.
Apesar da unanimidade demonstrada nesta quinta, as posições entre os diferentes países europeus continuam distantes quando se trata dos detalhes do fundo, de seu montante total, ou sobre como a ajuda será distribuída entre os países - se por meio de empréstimos, ou de transferências.
A presidente da Comissão ressaltou, porém, uma certa "abertura geral" para a ideia de "encontrar um equilíbrio entre as subvenções e os empréstimos".
Durante sua intervenção na cúpula, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, teria defendido um plano de recuperação de 1,5 trilhão de euros na modalidade de subvenções, conforme a imprensa de seu país.
Os países do Sul, como Espanha e Itália, temem que uma política baseada em empréstimos aumente de maneira insustentável sua já elevada dívida pública.
As nações do Norte, entre elas Holanda, Suécia, Áustria e Dinamarca, defendem o reembolso das ajudas.
bur-tjc/jz/tt
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