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EUA aprova terceira dose da vacina anticovid para maiores de 18 anos

19/11/2021 20h50

Washington, 19 Nov 2021 (AFP) - Os Estados Unidos estenderam, nesta sexta-feira (19), a autorização dos reforços da vacina contra a covid-19 para todas as pessoas com mais de 18 anos de idade, seis meses após completarem sua série de vacinação primária - anunciaram as autoridades sanitárias.

A agência americana responsável pelo setor de alimentos e remédios (FDA, na sigla em inglês) disse que a autorização de uso emergencial concedida aos laboratórios Pfizer e Moderna ajuda a "oferecer uma proteção contínua contra a covid-19, inclusive contra as consequências graves que podem ocorrer, como hospitalização, ou morte".

Um painel de especialistas convocado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) ratificou a decisão de expandir a elegibilidade e recomendou explicitamente reforços para todas as pessoas com mais de 50 anos, mesmo na ausência de condições subjacentes.

"Estou muito satisfeito por termos clareza e simplificação das recomendações para que todos os americanos possam entender as vacinas que são recomendadas para eles neste momento", declarou Camille Kotton, médico infectologista do Hospital Geral de Massachusetts.

A diretora dos CDC, Rochelle Walensky, aprovou formalmente as recomendações do painel, afirmando que os esforços "são uma ferramenta importante de saúde pública para fortalecer nossas defesas contra o vírus ao começarem as férias de inverno".

A FDA disse que baseou sua decisão em dados sólidos de resposta imunológica de centenas de pessoas que receberam as duas vacinas. Pouco antes, as duas empresas farmacêuticas anunciaram que haviam obtido a aprovação da agência.

"Esta autorização de uso de emergência chega em um momento crítico, à medida que entramos nos meses de inverno (verão no Brasil) e enfrentamos um número crescente de casos de covid-19 e de hospitalizações em todo país", declarou o diretor-executivo da Moderna, Stephane Bancel.

- Mudança de estratégia -Pessoas acima de 18 anos que receberam a vacina de dose única da Johnson & Johnson nos Estados Unidos já tinham direito a uma segunda dose, dois meses após sua primeira injeção.

No caso dos vacinados com Pfizer e Moderna, a terceira dose estava reservada, até agora, apenas para algumas categorias: pessoas acima de 65 anos; adultos com risco de desenvolver uma forma grave da doença; ou aqueles com elevada exposição ao vírus, por exemplo, por causa de seu trabalho.

Este anúncio ocorre em um momento em que o número de infecções volta a subir nos Estados Unidos, com uma média diária de 85.000 novos casos e mil mortes por covid-19. No final de outubro, a média estava em cerca de 70.000 casos por dia.

Alguns estados, como a Califórnia (oeste), já haviam começado a permitir doses de reforço para todos os adultos, antes mesmo das recomendações das agências sanitárias, na esperança de conter a propagação da epidemia antes da temporada de férias.

A Pfizer também conduziu um ensaio clínico envolvendo 10.000 pessoas com mais de 16 anos, que concluiu que o reforço foi eficaz contra infecções sintomáticas em mais de 95% dos casos em comparação com aqueles que não receberam reforço.

A terceira dose da Pfizer é dosada em 30 microgramas, o mesmo que a série de imunização primária, enquanto a da Moderna é de 50 microgramas, metade da série inicial.

- Preocupações -A grande maioria das pessoas que ficam internadas ou morrem de coronavírus não são vacinadas e, portanto, a melhor forma de controlar a onda de inverno seria chegar até essas pessoas, ao invés de reforçar os já vacinados, argumentar os críticos da nova campanha.

Uma desvantagem potencial, eles argumentam, é que aqueles que resistem às vacinas podem concluir que as injeções são ineficazes.

Outro risco é o aumento do número de casos de inflamação do coração relacionada à vacina (miocardite), especialmente entre homens mais jovens.

Tanto a Pfizer quanto a Moderna têm estudos pós-autorização programados para avaliar os riscos de miocardite.

Os especialistas concordam em que os reforços por si só não podem resolver a pandemia, enquanto os países mais pobres, especialmente na África, permanecem presos a porcentagens de um dígito para as pessoas cobertas por sua série de vacinação primária.

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