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Economia francesa contraiu 0,2% no primeiro trimestre

31/05/2022 10h09

Paris, 31 Mai 2022 (AFP) - O Produto Interno Bruto (PIB) da França contraiu 0,2% no primeiro trimestre, indicou o instituto nacional de estatística Insee nesta terça-feira (31), estimando um aumento da inflação de 5,2% em maio.

A série de indicadores publicada nesta terça-feira pinta um quadro sombrio da situação econômica francesa, especialmente devido à guerra na Ucrânia, em um momento em que o governo promete "proteger" o poder de compra.

O Insee revisou para baixo em dois décimos sua estimativa anterior do final de abril sobre a expansão da economia entre janeiro e março de 2022, agora com uma contração de 0,2% do PIB.

O consumo das famílias, tradicional motor do crescimento francês, caiu 1,5%, contra o 1,3% estimado anteriormente. A inflação, que ficou em 4,5% em março, reduziu o poder de compra em 1,9% no primeiro trimestre.

Desde então, os preços continuaram crescendo. Após 4,8% em abril, o índice ficou em 5,2% em maio, segundo dados desta terça-feira. A inflação superou os 5% pela primeira vez desde setembro de 1985.

O ministro da Economia, Bruno Le Maire, alertou no dia anterior que os mercados de energia e de alimentação impulsionam os preços e que a França entrará em um "novo período em que a inflação não será tão baixa" como nos últimos anos.

O governo francês está sob pressão para conter os preços, quando o descontentamento das classes populares sobre sua situação econômica já abalou o primeiro mandato do presidente liberal Emmanuel Macron.

O novo Executivo de Macron, reeleito em 24 de abril, já anunciou que sua primeira medida será um novo pacote para sustentar o poder de compra, o qual inclui subsídios ao combustível e à alimentação, entre outras propostas.

A questão do poder de compra das famílias é explosiva para as eleições legislativas de 12 e 19 de junho, nas quais o partido no poder, o grande favorito, enfrenta uma forte frente de esquerda e extrema direita.

A dívida pública situou-se em 112,5% do PIB no final de 2021, indicou o Insee, que reduziu uma estimativa no final de março em quatro décimos. O déficit público atingiu 6,4% do PIB.

Embora ambos os indicadores estejam em queda em relação a 2020 (114,6% de dívida e 8,9% de déficit), ainda estão longe dos limites estabelecidos pelo Pacto Europeu de Estabilidade e Crescimento: 60% e 3%, respectivamente.

No final de 2020, os países europeus suspenderam esses regulamentos até o final de 2022 devido à pandemia de covid-19.

A Comissão Europeia propôs dias atrás adiá-lo por mais um ano devido aos efeitos da guerra na Ucrânia.

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