Petróleo volta a subir após rápida assimilação de notícias sobre Venezuela
Os preços do petróleo voltaram a subir nesta quinta-feira (19), com uma resposta fraca do mercado para o possível aumento das exportações venezuelanas, que não foram suficientes para contrapor o temor de uma conflagração no Oriente Médio.
O preço do barril Brent, de referência na Europa e para entrega em dezembro, subiu 0,96%, para 92,38 dólares.
Já o West Texas Intermediate (WTI), negociado no mercado americano e com vencimento em novembro, avançou 1,18%, para 89,37 dólares.
Os preços da commodity chagaram a cair em um primeiro momento como resposta ao anúncio feito na quarta-feira sobre o alívio de algumas sanções americanas contra a Venezuela.
Washington decidiu voltar a autorizar as compras de petróleo venezuelano durante seis meses.
Esta decisão acontece após a assinatura de um acordo na terça-feira entre o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição, sobre a realização de eleições presidenciais no segundo semestre de 2024.
Contudo, vários analistas estimaram que o alcance da medida sobre o petróleo ainda é incerto.
"Se tudo vai mal no Oriente Médio, não será o pouco que a Venezuela consegue extrair de suas infraestruturas decrépitas que vai compensar uma possível interrupção do fornecimento vindo do Golfo", disse Stephen Schork, do Schork Group, ao se referir à qualidade considerada fraca do petróleo venezuelano, pesado e com alta concentração de enxofre.
"O alívio que o petróleo venezuelano poderia oferecer ao mercado seria mínimo", indicou em nota Edward Moya, analista da Oanda.
O mercado ainda teme que a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas se estenda, com possível envolvimento do Irã.
Se o Estreito de Ormuz - o único ponto de saída para vários dos maiores produtores de petróleo - for interrompido, "poderíamos voltar aos máximos do ano passado [139,13 dólares para o Brent em março de 2022] e é possível que se ponha à prova o recorde [147,50 dólares em 2008], em torno de 150 dólares", acrescentou Stephen Schork.
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© Agence France-Presse
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