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Por que o Japão quer que 37 milhões de pessoas apaguem suas luzes

Em meio à onda de calor, moradores de Tóquio são orientados a apagar luzes desnecessárias, mas continuar usando ar-condicionado para evitar insolação - GETTY IMAGES
Em meio à onda de calor, moradores de Tóquio são orientados a apagar luzes desnecessárias, mas continuar usando ar-condicionado para evitar insolação Imagem: GETTY IMAGES

Annabelle Liang - BBC

27/06/2022 06h24Atualizada em 27/06/2022 13h06

O governo do Japão fez um apelo aos moradores da capital Tóquio e seus arredores para usarem menos eletricidade nesta segunda-feira (27/6), alertando que o fornecimento de energia será prejudicado à medida que o país enfrenta uma onda de calor.

A expectativa do Ministério da Economia, Comércio e Indústria é que haja uma demanda "severa" de energia nesta tarde (horário local).

A orientação é que as pessoas devem desligar as luzes desnecessárias, mas continuar usando ar-condicionado para evitar insolação.

Há semanas, as autoridades vêm alertando para uma crise de energia à medida que as temperaturas aumentam.

No fim de semana, a temperatura no centro de Tóquio passou de 35°C, enquanto a cidade de Isesaki, a noroeste da capital, registrou um recorde de 40,2°C. Foi a temperatura mais alta já registrada em junho no Japão.

Junho marca o início do verão no país, com temperaturas tipicamente abaixo de 30°C durante o mês.

Em comunicado divulgado no domingo (26/6), o ministério disse que a capacidade de geração de energia excedente deve cair para 3,7% na tarde desta segunda-feira em Tóquio e oito prefeituras vizinhas.

Uma reserva de 3% é considerada necessária para um fornecimento estável.

O governo pediu às pessoas que desliguem as luzes desnecessárias por três horas a partir das 15h (horário de Tóquio — 07:00 BST), enquanto "usam adequadamente o ar-condicionado e se hidratam durante as horas quentes".

Embora os fornecedores de eletricidade estejam trabalhando para aumentar a oferta, o ministério informou que a situação é "imprevisível" à medida que as temperaturas sobem.

"Se houver um aumento na demanda e problemas repentinos de oferta, a margem de reserva vai cair abaixo do mínimo necessário de 3%", afirmou.

O fornecimento de energia do Japão está apertado desde que um terremoto na região nordeste do país, em março, forçou algumas usinas nucleares a suspender as operações.

As autoridades também fecharam várias usinas de combustível fóssil em uma tentativa de reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2).

Estas questões, somadas a um aumento na demanda por eletricidade, resultaram na contenção de energia.

No início deste mês, o governo japonês pediu a famílias e empresas que economizassem o máximo de eletricidade possível durante o verão.

Enquanto isso, a emissora pública de televisão japonesa NHK informou que 46 pessoas em Tóquio foram levadas ao hospital por suspeita de insolação, na tarde de domingo. E um idoso de 94 anos teria morrido em decorrência da condição, na cidade vizinha de Kawagoe.

Também neste mês, autoridades australianas fizeram um apelo às famílias em Nova Gales do Sul - estado que inclui a maior cidade do país, Sydney - para desligarem suas luzes diante de uma crise de energia.

As restrições no mercado de energia australiano foram suspensas no final da semana passada.

'Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61948938'