Entenda o que o governo chinês fez para impedir um novo tombo da Bolsa
(Bloomberg) -- A China interveio para sustentar seu mercado de ações em queda com a compra de ações por fundos controlados pelo governo.
A autoridade reguladora sinalizou que a proibição de grandes investidores à venda vai continuar após a data de vencimento desta semana, segundo pessoas informadas sobre o assunto.
Os fundos do governo compraram ações locais na terça-feira (5) depois que uma queda de 7% no índice CSI 300, na segunda-feira, provocou a suspensão das negociações em todo o mercado, disseram as fontes, que pediram anonimato porque a compra não foi revelada publicamente.
A Comissão Reguladora do Valores Mobiliários da China pediu verbalmente que as bolsas informassem às empresas listadas que a proibição de seis meses às vendas aplicada aos principais detentores de ações será mantida depois de 8 de janeiro, disseram as pessoas.
Intervenção
As autoridades chinesas, que adotaram medidas sem precedentes para apoiar as ações durante o colapso do verão, estão intervindo novamente para combater uma queda que eliminou US$ 590 bilhões em valor no pior início de ano da história do mercado de ações do país.
A intervenção pode diminuir parte da pressão de venda, mas também mina a promessa das autoridades de dar mais poder aos mercados na segunda maior economia do mundo.
"O mercado recebeu alguma ajuda dos fundos do governo e isso vai ajudar as ações a curto prazo", disse Wang Zheng, diretor de investimento da Jingxi Investment Management em Xangai. "No entanto, a longo prazo, o mercado vai precisar de sua própria força para se sustentar. Não pode contar sempre com a equipe nacional".
O índice CSI 300 da China subiu 0,3% no fechamento após cair mais de 2% mais cedo. A queda de segunda- feira acionou o "circuit breaker", representando um revés para os esforços regulatórios em acalmar uma das bolsas mais voláteis do mundo.
Ritmo mais lento
As autoridades estão tentando evitar que a turbulência do mercado desgaste a confiança em uma economia que deve ter crescimento anual ao ritmo mais fraco desde 1990.
A proibição às vendas aplicada aos grandes detentores de ações, introduzida em julho, perto de uma queda de US$ 5 trilhões, continuará em vigor até a introdução de uma nova regra para restringir as vendas, disseram as pessoas. As empresas listadas foram incentivadas a emitir declarações dizendo que estão dispostas a interromper essas vendas, disseram eles.
Diversas empresas fizeram isso nesta semana.
A acionista controladora da Zhejiang Century Huatong Group, disse em uma declaração à bolsa que não iria vender ações no mercado secundário por outro ano após seu compromisso anterior terminar em janeiro.
A Changshu Tianyin Electromechanical, fabricante de peças de compressores de geladeiras, disse que seus acionistas controladores não reduzirão suas participações nos próximos nove meses.
Temor internacional
A proibição regulatória, anunciada no dia 8 de julho, se aplica a investidores com participações de mais de 5% em uma única ação e a executivos e diretores corporativos.
A restrição atraiu críticas, na época, de investidores estrangeiros como a Templeton Emerging Markets Group e o UBS Wealth Management, que analisaram que a intervenção foi longe demais. O Goldman Sachs estimou que a proibição manteve US$ 185 bilhões em ações fora do mercado.
Uma extensão chegaria como uma surpresa para muitos investidores. Todos os sete estrategistas e gerentes de fundos consultados pela agência de notícias Bloomberg no fim do mês passado disseram esperar que as autoridades reguladoras permitissem que a proibição terminasse nesta semana.
"Realmente não gostamos de intervenções no mercado", disse Stephen Ma, gerente de portfólio sênior da LGM Investments, cuja matriz gerencia mais de US$ 254 bilhões. "O governo deveria ter aprendido a lição no verão passado".
As autoridades chinesas usaram as aquisições de fundos ligados ao governo para impulsionar as ações quando o CSI 300 chegou a cair 43% no verão.
Os fundos do governo provavelmente gastaram US$ 236 bilhões com ações no período de três meses até agosto, segundo o Goldman Sachs. A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado por fax.
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