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Ascensão de robôs eliminaria mais de 5 milhões de empregos

Jill Ward

18/01/2016 13h56

(Bloomberg) - Mais de cinco milhões de empregos serão perdidos até 2020 como resultado dos avanços da genética, da inteligência artificial, da robótica e de outras mudanças tecnológicas, segundo uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial.

Cerca de 7 milhões de empregos serão perdidos e 2 milhões serão ganhados como resultado da mudança tecnológica em 15 importantes economias desenvolvidas e emergentes, disseram o fundador do FEM, Klaus Schwab, e o membro do conselho gestor Richard Samans no relatório "O futuro dos empregos". Os resultados foram obtidos a partir de uma pesquisa sobre 15 economias, cobrindo cerca de 1,9 bilhão de trabalhadores, ou cerca de 65 por cento da mão de obra total do mundo.

A eliminação dos limites entre as esferas física, digital e biológica equivale a uma Quarta Revolução Industrial, segundo o FEM, que tratará sobre a ideia em seu encontro anual de autoridades políticas, acadêmicos e economistas em Davos, na Suíça. Este já é um tópico atual em parte graças a livros como "A segunda era das máquinas" e "A ascensão dos robôs". O economista-chefe do Banco da Inglaterra, Andy Haldane, alertou que os milhões de empregos colocados em risco pela automação estão criando problemas que as autoridades precisam resolver.

"Para evitar o pior cenário -- mudança tecnológica acompanhada por escassez de talento, desemprego massivo e desigualdade crescente --, a requalificação e o aperfeiçoamento dos trabalhadores de hoje serão críticos", disseram os autores. "Simplesmente não é possível suportar a revolução tecnológica atual esperando a mão de obra da próxima geração se tornar mais bem preparada".

Alerta sobre empregos

Os empregos administrativos e de escritório sofrerão dois terços das perdas, sendo que "as funções de rotina em escritórios correm o risco de serem dizimadas" e haverá ganhos nos campos relacionados à computação, à matemática, à arquitetura e à engenharia. As mulheres serão atingidas de forma desproporcional pelas mudanças devido à baixa participação delas nos chamados campos CTEM, ou seja, Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática.

Os países cobertos pela pesquisa são Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, México, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.

"É fundamental que as empresas tenham um papel ativo no apoio à sua mão de obra atual por meio da recapacitação, que os indivíduos adotem uma abordagem proativa quanto a seu próprio aprendizado ao longo da vida e que os governos criem um ambiente favorável, de forma rápida e criativa, para auxiliar nesses esforços", disseram os autores.