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Opep prevê declínio maior da oferta rival e tropeço dos EUA

Grant Smith

18/01/2016 12h43

(Bloomberg) -- A Opep projeta uma queda maior da oferta dos produtores rivais neste ano quando o colapso dos preços do petróleo atingir os EUA e o Canadá.

A produção de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo terá um declínio de 660 mil barris por dia, disse o grupo nesta segunda-feira em seu relatório mensal para o mercado, aprofundando o declínio de sua estimativa anterior, de 270 mil barris por dia. A Opep, que teve um aumento no número de países-membros no mês passado com o retorno da Indonésia, está fornecendo um excedente de cerca de 600 mil barris por dia aos mercados internacionais, segundo o relatório.

Este é "o ano em que o processo de reequilíbrio começa", disse a Opep. Novos projetos que oferecerão 2 milhões de barris diários começarão em 2016, mas "o declínio da despesa de capital de manutenção também deveria começar a aparecer por meio de taxas de declínio mais elevadas e possivelmente maiores interrupções ao fornecimento". O relatório não fez referências ao cancelamento das sanções internacionais às exportações de petróleo do Irã.

Os futuros do petróleo atingiram o menor valor em 12 anos, abaixo de US$ 28 por barril, em Londres, nesta segunda-feira, porque a ambição do Irã de reanimar as exportações após a remoção das sanções, no fim de semana, ameaça inchar a oferta global excedente. Os mercados mundiais vinham mostrando alguns sinais de reequilíbrio em um momento de tropeço da expansão do petróleo de xisto dos EUA em meio a cortes nos investimentos e na exploração.

Perspectiva saudita

A Arábia Saudita, maior país-membro e na prática líder da Opep, sinalizou novamente no domingo que está preparada para suportar o colapso do preço em vez de reduzir sua produção. O ministro do petróleo saudita, Ali al-Naimi, disse estar "otimista" em relação à recuperação, que levará "algum tempo". O reino bombeou 10,088 milhões de barris por dia em dezembro, 57,7 mil por dia a menos que no mês anterior, segundo o relatório.

Os EUA sofrerão o maior impacto entre os produtores de fora da Opep em 2016, com uma queda de 380 mil barris por dia em sua produção. Contudo, "lugares como Canadá, Mar do Norte, América Latina e partes da Ásia serão particularmente vulneráveis" quando os cortes nos investimentos em manutenção entrarem em vigor, disse a Opep.

O grupo mudou as estimativas para sua oferta para incorporar a Indonésia, que retornou à organização em dezembro após uma ausência de sete anos. O país asiático produziu em média 700 mil barris por dia de petróleo em 2015, disse a Opep.

A organização projetou que seus 13 membros precisarão bombear uma média de 31,6 milhões de barris por dia neste ano. Embora essa quantidade seja significativamente maior que os 29,9 milhões exigidos em 2015, ainda é menor que os 32,18 milhões efetivamente produzidos em dezembro.

A oferta excedente da Opep poderia aumentar ainda mais porque o Irã planeja restaurar sua produção após a remoção de sanções. O país busca aumentar as exportações em cerca de 500.000 barris por dia imediatamente e em mais 500 mil por dia dentro de seis meses.

A próxima reunião da Opep será em 2 de junho.