Vale, Rio Tinto, BHP aumentam vendas de minério para China
(Bloomberg) -- Na guerra do minério de ferro, as grandes estão ficando maiores e as menores estão sendo pressionadas.
As cargas da Austrália, o país que mais exporta, responderam por 64 por cento das importações da China no ano passado, contra 59 por cento em 2014 e 51 por cento no ano anterior, segundo dados aduaneiros divulgados na terça-feira e cálculos da Bloomberg. A participação do Brasil subiu para 20 por cento em 2015, 2 pontos percentuais a mais que em 2014.
Os números sinalizam que as estratégias perseguidas pelas australianas Rio Tinto e BHP Billiton e pela Vale, de aumentar a produção para defender participação de mercado, podem estar compensando em meio à queda dos preços. O minério de ferro caiu 39 por cento no ano passado porque a oferta superou a demanda, o crescimento desacelerou na China e os custos mais baixos de energia e as moedas desvalorizadas dos países produtores possibilitaram o corte de custos das mineradoras.
"Nessa luta por participação de mercado, pela sobrevivência, as grandes produtoras estão se saindo muito bem", disse Ralph Leszczynski, chefe de pesquisa da corretora de navios Banchero Costa & Co, com sede em Cingapura, em entrevista, antes da divulgação dos dados. "O fato de os preços dos fretes e do combustível de navio estarem tão baratos atualmente provavelmente ajudará o Brasil", disse ele, prevendo que a participação de mercado do país na China se expandirá neste ano.
Em tonelagem, as vendas das mineradoras australianas para a China subiram 11 por cento no ano passado em relação a 2014, para 607,4 milhões de toneladas, enquanto os carregamentos das produtoras brasileiras registraram uma expansão de 12 por cento, para 191,6 milhões de toneladas. A participação do restante do mundo caiu de 23 por cento para cerca de 16 por cento.
Queda dos preços
A matéria-prima é negociada a menos de um quarto do pico de 2011 e no mês passado atingiu uma nova mínima, de US$ 38,30 a tonelada, nos preços diários registrados desde 2009. O minério com 62 por cento de conteúdo entregue no porto chinês de Qingdao estava em US$ 41,08 a tonelada na terça-feira, segundo a Metal Bulletin.
O colapso dos preços empurrou algumas produtoras para a beira do abismo, disse o CEO da Rio Tinto, Sam Walsh, à Bloomberg no mês passado. Muitas produtoras "que acreditávamos que deixariam o mercado estão penduradas pelas unhas", disse Walsh, prevendo que "mais cedo ou mais tarde ocorrerá um ajuste".
As mineradoras de custo mais elevado da China continental e dos países exportadores paralisaram suas operações quando a queda se ampliou. É provável que o ritmo de fechamento de minas e de cortes de produção aumente neste ano e que haja um número menor de produtoras no fim da década, disse o Goldman Sachs em um relatório no mês passado.
A dependência da China em relação ao minério importado é "realmente alta" e provavelmente continuará aumentando, segundo o Morgan Stanley. A participação das importações poderá aumentar para 90 por cento neste ano, contra 81 por cento em 2015 e cerca de 50 por cento em 2005, escreveu o analista Tom Price, em Londres, em nota recebida na terça-feira.
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