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CEO do Credit Suisse diz que risco é 'bem gerenciado' após perda

Donal Griffin e Cathy Chan

05/04/2016 14h29

(Bloomberg) -- O Credit Suisse, que perdeu quase US$ 1 bilhão desde outubro em posições de crédito problemáticas que pegaram alguns dos principais gerentes do banco de surpresa, mantém o controle sobre os riscos que assume, segundo o CEO Tidjane Thiam.

"Nosso risco operacional é muito bem gerenciado", disse Thiam, 53, na terça-feira, em entrevista a Rishaad Salamat, da Bloomberg Television, em Hong Kong. "Temos procedimentos muito rígidos em torno disso e operamos de acordo com a satisfação dos órgãos reguladores".

Thiam está procurando restaurar a confiança do investidor no Credit Suisse, que tem sede em Zurique, em um momento em que está acelerando a reestruturação da empresa e enfrentando uma confusão relacionada aos prejuízos sofridos em operações de renda fixa de risco. No comando desde junho, o CEO disse inicialmente que os traders acumularam riscos sem o conhecimento dos principais executivos do banco. O presidente do conselho da empresa, Urs Rohner, posteriormente afirmou que não existiam "pontos cegos" e que os prejuízos surgiram pela forma como os investimentos foram "gerenciados, avaliados e negociados".

"Eu tenho sido bastante transparente em relação à sequência de eventos e ao que aconteceu", disse Thiam. "O que importa é, realmente, o que fizermos daqui para a frente e também assegurar que temos os processos de escalonamento corretos na empresa".

O Credit Suisse perdeu US$ 633 milhões no quarto trimestre de 2015 ao realizar a baixa contábil do valor dos produtos securitizados, dos bonds distressed e de ativos ligados à subscrição financeira alavancada e a empréstimos corporativos. O banco realizou a baixa contábil de mais US$ 346 milhões neste ano até 11 de março, segundo uma apresentação de 23 de março.

Thiam, que afirma que soube da extensão das posições em janeiro, reagiu retirando o banco dos segmentos de negociações de produtos securitizados na Europa, de dívidas distressed e de "financiamentos ilíquidos de longo prazo", mostra a apresentação. O CEO pretende reduzir os ativos ponderados pelo risco da unidade de mercados globais para US$ 60 bilhões neste ano, contra US$ 75 bilhões em dezembro.

"O nível de prejuízos que podemos suportar agora com um banco menor é mais baixo", disse Thiam. "Por isso, precisamos reajustar nosso apetite pelo risco e esse processo está em andamento".