Especialista diz que cúpula do BC dos EUA promove alta de juros
(Bloomberg) -- Mohamed El-Erian afirmou que a cúpula do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) está promovendo a ideia de que se prepara para elevar as taxas de juros em um momento em que a alta do mercado de títulos globais perde força.
Os membros do Fed "continuam promovendo" o aumento, escreveu El-Erian, conselheiro econômico-chefe da Allianz e colunista da Bloomberg View, no Twitter, no domingo, depois que mais dois integrantes do banco central americano sinalizaram que o aumento da taxa de juros nos EUA é iminente.
John Williams, presidente do Fed de São Francisco, disse no domingo, na Fox News, que a economia deve estar suficientemente sólida para justificar a elevação dos juros em 2016. Eric Rosengren, presidente do Fed de Boston, disse que os EUA estão perto do limite para um movimento do tipo, publicou o Financial Times no domingo. Rosengren participa das votações do comitê de política monetária deste ano; Williams não.
A alta que derrubou os rendimentos globais a uma mínima recorde perdeu força nas últimas semanas porque os investidores estão se preparando para uma ação do Fed já na próxima reunião, em 14 e 15 de junho. O rendimento médio dos títulos no Global Broad Market Index do Bank of America subiu para 1,35% em 20 de maio após atingir a mínima histórica de 1,27% em 11 de maio.
"O ataque de comunicação do Fed" levou o mercado a precificar uma possibilidade maior de aumento dos juros em junho, disse Peter Chatwell, chefe de estratégia de juros do Mizuho International em Londres. "Os títulos de longo prazo do Tesouro ficaram caros nos últimos dois a três meses porque a falta de rendimento em outros mercados de títulos importantes fez com que eles tivessem um forte apoio internacional".
Rendimentos das notas
Os rendimentos das notas de referência do Tesouro com vencimento em 10 anos caíam dois pontos-base, ou 0,02 ponto percentual, para 1,82%, às 6h32 em Nova York, segundo dados da Bloomberg Bond Trader. A nota com rendimento de 1,625% e com vencimento em maio de 2026 subiu 6/32, ou US$ 1,88 por US$ 1.000 em valor nominal, para 98 7/32.
As chances do Fed elevar os juros em julho subiram para 48%, contra 26% no início do mês, segundo dados baseados nas taxas futuras compiladas pela agência de notícias Bloomberg. O cálculo pressupõe que a taxa efetiva será de, em média, 0,625% após o próximo aumento do banco central.
O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse nesta segunda-feira em Pequim que "o ritmo mais lento, abaixo da tendência, do crescimento recente dos EUA é inconsistente com o caminho lento do aumento da taxa básica".
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