Investidores chineses devoram ações de Hong Kong com queda do yuan
(Bloomberg) -- Os investidores da China estão apostando nas ações de Hong Kong ao ritmo mais acelerado em mais de um ano porque buscam se proteger da desvalorização cambial e da piora da perspectiva econômica.
Os traders da China continental compraram 21,9 bilhões de yuans (US$ 3,3 bilhões) líquidos em ações negociadas na bolsa de valores da cidade em maio, a maior quantidade desde abril de 2015, de acordo com dados compilados pela agência de notícias Bloomberg que monitoram os investimentos feitos por meio da conexão com a bolsa de Xangai.
O montante levou os fluxos de entrada neste ano para 46,7 bilhões de yuans.
O yuan registrou no mês passado a maior queda em relação ao dólar desde a desvalorização de agosto porque os dados econômicos ficaram abaixo das estimativas e os investidores aumentaram as apostas de que o Federal Reserve elevará o custo dos empréstimos. Investidores institucionais da China, que atualmente possuem menos de 1% de seus investimentos em ativos estrangeiros, estão buscando mais oportunidades no exterior devido às apostas de que o yuan continuará caindo, de acordo com o UBS Group.
"Não se trata de um fenômeno de curto prazo", disse Wenjie Lu, estrategista do UBS em Xangai, sobre o apetite chinês por ações de Hong Kong. "A desvalorização da moeda provavelmente persistirá durante vários anos e o quadro geral é que os investidores chineses atualmente têm uma exposição muito pequena aos ativos estrangeiros".
O yuan era negociado a 6,58 por dólar às 16h20 em Xangai, a 0,3% do valor mais baixo em cinco anos, registrado em janeiro, estendendo o recuo de 1,5% em maio. A moeda se desvalorizará mais 1,8% durante 2016, para 6,7 por dólar, e cairá para 6,95 até 2018, de acordo com a mediana das estimativas dos estrategistas consultados pela Bloomberg. O dólar de Hong Kong está fixado ao dólar.
O índice de referência da cidade, Hang Seng Index, subiu 0,5% e atingiu seu teto em um mês no fechamento.
Os investidores chineses estão mirando cada vez mais as maiores empresas negociadas na antiga colônia britânica, inclusive os bancos que oferecem produtos de Hong Kong no continente e o HSBC Holdings. As ações de elevada capitalização representaram cerca de 43% do total do volume de trading do sul no período de quatro meses até abril, em comparação com 27 por cento em 2015, de acordo com dados da Hong Kong Exchanges & Clearing.
Os investidores da China continental também são atraídos pelas avaliações mais baratas, de acordo com Hao Hong, estrategista-chefe para a China da Bocom International Holdings.
O Hang Seng China Enterprises Index opera a 7 vezes os lucros projetados para os próximos 12 meses, em contraste com 12,6 para o Shanghai Composite Index. Um indicador das ações com listagem dupla está 34% mais caro no continente do que em Hong Kong.
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