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Melhores ganhos do diamante em dois anos provavelmente terminou

Thomas Biesheuvel

16/06/2016 14h39

(Bloomberg) -- A melhor sequência do diamante em dois anos provavelmente já terminou.

Os preços das pedras brutas acumulam alta de quase 10 por cento neste ano, tendo subido por quatro meses seguidos com a melhora da demanda dos EUA e os cortes na atividade das duas maiores produtoras.

Até aí tudo bem. Mas com a queda da demanda da China e da Rússia e o crédito apertado para os lapidadores de diamantes, o progresso será mais difícil no segundo semestre, época em que os preços caíram nos últimos anos. A última vez que os preços avançaram no período entre julho e dezembro foi há seis anos.

O setor é sazonal e o período de final de ano, do Dia de Ação de Graças até o ano-novo lunar na Ásia, é o mais movimentado para as vendas de joias. Com inventários menores após essa época, os cortadores e lapidadores correm durante o primeiro trimestre para reabastecer seus estoques de pedras brutas.

"Não consigo enxergar um bom verão pela frente", disse Ben Davis, analista de mineração da Liberum Capital em Londres. "A partir daqui é difícil ser otimista".

A De Beers e a russa Alrosa, as maiores produtoras de diamantes brutos, exerceram forte pressão em favor de uma recuperação sufocando a oferta depois que a desaceleração da economia chinesa e a crise de crédito do setor derrubaram os preços em 18 por cento no ano passado. Mas os problemas subjacentes continuam.

Embora a demanda dos EUA, que responde por cerca de 45 por cento do total, tenha subido a um nível recorde no ano passado, outros grandes compradores decepcionaram, com uma alta de apenas 1 por cento no consumo chinês, por exemplo. A Petra Diamonds e a Gem Diamonds alertaram que os ganhos podem não ser duradouros.

A demanda está sendo minada também pelos preços fracos do petróleo, que prejudicam os consumidores da Rússia e do Oriente Médio, e o dólar forte torna os diamantes mais caros para quem usa outras moedas. O financiamento ao setor, por sua vez, continua frágil. O Standard Chartered, um dos maiores bancos deste segmento de US$ 12 bilhões, disse neste mês que está deixando o negócio.

"Não acho que testaremos as mínimas que vimos em janeiro, mas poderemos descer", disse Davis, da Liberum. "Definitivamente existe um risco de baixa no terceiro trimestre".