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BOE é 1ª linha de defesa da economia, diz ministro finanças

Jillian Ward

19/07/2016 14h52

(Bloomberg) -- O novo ministro das Finanças do Reino Unido disse que o órgão está trabalhando de forma coordenada com o Banco da Inglaterra e que a política monetária é a primeira linha de defesa para a economia abalada pelo Brexit.

"Eu trabalharei de perto com o Banco da Inglaterra para oferecer estabilidade imediata e para manter a confiança na saúde dos fundamentos da economia britânica durante a preparação para o comunicado de outono", disse Philip Hammond a parlamentares, em Londres, na terça-feira. "A resposta inicial para este tipo de choque precisa ser uma resposta monetária entregue pelo Banco da Inglaterra".

A cúpula do banco central busca apoiar uma economia que se recupera da decisão do Reino Unido de se separar da União Europeia. Apesar de o presidente do BOE, Mark Carney, ter adotado uma abordagem proativa desde o resultado do referendo de 23 de junho -- flexibilizando as regras para os bancos e oferecendo liquidez extra --, o banco central surpreendeu os mercados na semana passada ao manter sua taxa básica de juros inalterada e sinalizar que serão adotados estímulos em agosto.

Já havia sinais de uma integração maior entre as políticas monetária e fiscal, com a promessa da primeira-ministra Theresa May de abandonar a meta do ex-ministro das Finanças George Osborne de atingir um superávit orçamentário até 2020. Hammond precisa decidir agora qual é a melhor forma de estimular uma economia que está sob risco de entrar em recessão, embora tenha dito que nenhuma medida fiscal será anunciada até o final do ano.

Reunião de agosto

Até o momento, os representantes do BOE não detalharam o que podem revelar em 4 de agosto, sendo que Gertjan Vlieghe e o economista-chefe Andy Haldane sinalizaram que apoiariam um pacote de medidas. Em contrapartida, Martin Weale disse que precisa ver evidências concretas antes de votar a favor do estímulo no mês que vem.

Os traders estão precificando 81 por cento de chance de corte dos juros em agosto e que muitas das outras ferramentas de política monetária à disposição do banco -- como uma extensão do Esquema de Financiamento para Empréstimos -- exigem cooperação com o Tesouro.

"O presidente do BOE, ao anunciar que as taxas de juros não seriam reduzidas, na semana passada, deixou claro que o banco está desenvolvendo um pacote monetário que será anunciado no devido momento", disse Hammond.