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Investidores exagerados mostram por que regulação é difícil na China

Bloomberg News

28/07/2016 11h42

(Bloomberg) -- A volatilidade está ressurgindo no segundo maior mercado de ações do mundo.

As ações chinesas despencaram na quarta-feira, incluindo um indicador de empresas de menores que teve declínio de 5,5%, e pessoas familiarizadas com o assunto disseram que a Comissão Reguladora Bancária da China (CBRC) está discutindo limites mais estritos para os produtos de gestão de patrimônio.

Um indicador da volatilidade de curto prazo do índice Shanghai Composite duplicou após atingir o menor patamar em dois anos na segunda-feira.

A resposta exagerada do mercado mostra o que está em jogo para os órgãos reguladores da China, que tentam reduzir o risco no sistema financeiro e ao mesmo tempo precisam evitar ir longe demais para não provocar outro colapso do mercado acionário de US$ 6,1 trilhões. O Shanghai Composite está em baixa de 15% neste ano, um dos piores desempenhos do mundo.

"Muitos bancos vêm investindo em produtos de gestão de patrimônio para canalizar dinheiro para o mercado de ações", disse Francis Cheung, chefe de estratégia para China e Hong Kong da CLSA em Hong Kong.

"Isto não é transparente, por isso eu entendo por que os órgãos reguladores tentariam agir. Mas se isto gerar muita correção, então eles se preocuparão. A prioridade número 1 é manter um mercado acionário relativamente estável".

As ações oscilaram fortemente de novo na quinta-feira, com o índice ChiNext acelerando os declínios nas negociações do fim da manhã, registrando queda de 1,8 % no intervalo do almoço. O indicador depois reduziu a queda para 0,7% no fechamento do pregão e o Shanghai Composite avançou 0,1%.

A repressão proposta pela CBRC ao mercado de produtos de gestão de patrimônio, de US$ 3,5 trilhões, foi divulgada em primeira mão pelo jornal 21st Century Business Herald, que informou que todos os bancos poderão enfrentar limites ao investimento de recursos em ações.

O esboço das regras define que o dinheiro dos produtos de patrimônio do "mercado de massa" pode ser investido apenas em dinheiro ou nos mercados de títulos, e não em ações listadas no país, disse uma pessoa familiarizada com o assunto à Bloomberg. As regras estão pendentes de comentários dos bancos, disse a pessoa.

A reguladora do mercado de títulos da China já restringiu o uso de alavancagem pelos planos de gestão de ativos estruturados e teria alertado as corretoras a realizarem uma melhor auditoria ao captar dinheiro para as empresas.

A Bolsa de Valores de Shenzhen exigirá uma melhor transparência e limitará especulações com as ações em setores populares, como realidade virtual e inteligência artificial, segundo um comunicado no Securities Daily de terça-feira. A China limitará bolhas de ativos, informou a agência oficial de notícias Xinhua no mesmo dia, citando um comunicado do governo após uma reunião do Politburo comandada pelo presidente Xi Jinping.