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CEO da Liberty Global caça negócios na América Latina

Rebecca Penty

04/11/2016 10h10

(Bloomberg) -- A Liberty Global está à procura de mais aquisições na América Latina e no Caribe após concluir a aquisição de uma operadora de telefonia na região neste ano por US$ 5,3 bilhões, disse seu CEO em entrevista.

A empresa de cabo focada na Europa, apoiada pelo bilionário John Malone, é também uma das maiores provedoras da América Latina e do Caribe e está em "posição operacional forte" na região após adquirir a Cable & Wireless Communications, disse o CEO Mike Fries em entrevista por telefone. Na quinta-feira de manhã, a companhia divulgou resultados trimestrais que descumpriram por pouco as estimativas de receita dos analistas.

"Acreditamos que agora estamos prontos para buscar oportunidades interessantes na região, mas não tenho nada específico para comentar", disse Fries. Ele não informou se a Liberty Global estaria interessada na DirecTV, o negócio da AT&T na região que alguns analistas sugeriram que poderia ser vendido para ajudar a AT&T a reforçar seu balanço após a aquisição da Time Warner por US$ 85,4 bilhões.

A Liberty Global, com operações do Reino Unido à Jamaica, vem se concentrando nos serviços de banda larga e de telefonia celular em busca de crescimento e mantém há mais de uma década a tendência de adquirir empresas de TV paga. A companhia se aproxima da conclusão de um acordo para se associar à Vodafone na Holanda com o objetivo de desafiar as unidades locais da Royal KPN e da Deutsche Telekom.

A companhia de cabo também continua focando na expansão na Europa aumentando a escala dos serviços fixo e móvel em cada um de seus mercados atuais, disse Fries.

"Acho que a Europa terminará com um, dois ou três atores fixos-móveis combinados em cada mercado e queremos ser um deles", disse Fries.

Na Polônia, onde a Liberty Global anunciou no mês passado a aquisição da Multimedia Polska por US$ 760 milhões, falta mais consolidação, embora a companhia não tenha nada "em andamento", disse Fries. Com a Vodafone, a Liberty está focada apenas em fechar seu empreendimento holandês neste ano, disse ele.

A Liberty Global continuará de olho nas oportunidades para possíveis aquisições no Reino Unido, embora "não haja nada iminente", disse Fries. Quanto à sua unidade Virgin Media, a companhia está analisando várias opções para as chamadas ofertas de redes móveis virtuais, nas quais a operadora de telefonia celular utiliza espaço na rede de outra operadora. O acordo atual da Virgin Media para utilizar a rede da BT Group terminará em 2018.

Os planos anunciados em setembro para expandir a parceria da Liberty Global com o Netflix deverão reduzir a perda de assinantes e até ajudar a companhia a atrair clientes, já que o Netflix diferenciou seu conteúdo, disse Fries. A Virgin Media já permite acesso ao aplicativo do Netflix com seus conversores de cabo.

"Queremos ser provedores do melhor conteúdo que existe", disse Fries. "Isso leva felicidade à banda larga."