Analistas veem risco em toda parte com o começo da Era Trump
(Bloomberg) -- EUA e Europa, que por décadas foram bastiões de estabilidade política, agora exportam risco político para o resto do mundo.
É esta a principal conclusão da pesquisa anual da Bloomberg com 146 analistas, economistas e estrategistas. A pergunta foi: Quais preocupações para o ano que vem tiram seu sono? As respostas também fundamentaram a elaboração do nosso Guia do Pessimista.
A decisão do eleitorado britânico de sair da União Europeia e a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA, que abalaram o firmamento geopolítico neste ano, são apenas dois exemplos das armadilhas no caminho dos investidores. A incerteza migrou de mercados emergentes e de fronteira para as economias mais avançadas.
Há motivos de sobra para pessimismo -- no mundo inteiro. Estas são as conclusões da pesquisa, separadas por região geográfica.
Europa
Após o Brexit em 2016, a Europa pode causar novos sustos. Projeções da empresa de análise de risco Verisk Maplecroft sobre estabilidade de governo nos próximos três anos mostra que a Grécia é o maior motivo de preocupação no Velho Continente. Também causaram alerta Polônia e Reino Unido, onde causas populistas triunfaram recentemente.
A pesquisa da Bloomberg identificou eleições na Europa, inclusive na França e na Alemanha, como tão preocupantes quanto a política externa do presidente eleito dos EUA. Muitos participantes revelaram que estão se preparando para a possibilidade de eleições antecipadas no Reino Unido.
Américas
A incerteza em relação às políticas de Trump foi identificada como maior ameaça individual à segurança global por 38 por cento dos que responderam à pesquisa. A proposta dele de construir um muro na fronteira com o México é uma das promessas de campanha com menos chance de se concretizar, segundo a sondagem.
Tarifas sobre as importações da China, o fim do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) e milhões de deportações são considerados relativamente prováveis. Mas os especialistas estão convencidos de que Trump vai entregar cortes de impostos.
Ásia e Oriente Médio
Protestos em Hong Kong e a possibilidade de ataque pela Coreia do Norte estão no topo da lista de preocupações em relação à Ásia. Um impasse militar no Mar do Sul da China também se destacou.
Shlomo Maoz, economista da S.M. Tel Aviv Investments, disse que pode ocorrer um incidente naval de pequena escala entre forças chinesas e japonesas ou um conflito maior que envolva os EUA, o Vietnã e outros países da região. Também não deve ser descartada uma desaceleração acentuada da economia da China atrelada a uma disputa por poder.
No Oriente Médio, um cenário específico apavora os especialistas: o preço do barril de petróleo ultrapassando US$ 100 quando a guerra fria de longa data entre Arábia Saudita e Irã finalmente esquentar.
Pedimos aos especialistas da empresa de pesquisa macroeconômica global Nightberg, de Nova York, que avaliasse nosso Guia do Pessimista e a probabilidade de concretização de diferentes cenários.
O cofundador Birgir Haraldsson resumiu o quadro para o ano que vem da seguinte maneira:
"O risco político deixou de ser domínio apenas dos mercados emergentes a partir de 2016. É provável que essa tendência de volatilidade política se intensifique em 2017 porque o calendário na Europa está recheado de eventos de risco."
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