Cidades americanas dizem 'Ni Hao' a milhões de turistas chineses
(Bloomberg) -- No começo de dezembro, o voo inaugural da Hainan Airlines que saiu de Pequim aterrissou no Aeroporto Internacional McCarran, em Las Vegas, repleto de passageiros ansiosos para aproveitar tudo o que a Cidade do Pecado tem a oferecer. Foi o primeiro voo sem escalas desse aeroporto saindo da China e os executivos do McCarran passaram anos desenvolvendo essa rota.
Hoje em dia, pessoas de todos os lugares do mundo desembarcam regularmente nessa notável metrópole do deserto. Mas, para os passageiros que lotam os voos da Hainan que chegam da China três vezes por semana, há uma recepção especial.
Três jovens "embaixadores" bilíngues, trajando casacos vermelhos berrantes, estão ali para dar as boas-vindas aos passageiros e ajudar com orientações. Em sua maioria, os embaixadores são estudantes universitários locais que ganham US$ 25 por hora para auxiliar na chegada e na partida de cada Boeing 787 da China. Mas nem pense que essa animação na pista é apenas mais uma tentativa de fortalecer a marca de um destino de lazer. O negócio é sério.
A China deverá se tornar a maior fonte mundial de viajantes internacionais, chegando a mandar 200 milhões de pessoas ao exterior por ano e transformando-se no gigante do turismo que ofuscará todos os outros.
A Europa e a Ásia obterão boa parte desses exploradores, mas os EUA estão entre os países que os chineses mais querem conhecer, das Cataratas do Niágara ao Grand Canyon, passando por todos os tipos de cidades pelo caminho.
"Quando alguém da China chegar a Las Vegas, quero que sinta que Las Vegas está lhe dando as boas-vindas e que nós valorizamos os chineses", disse Chris Jones, diretor de marketing do McCarran.
Las Vegas está entre os destinos que buscam um salto antecipado do número de turistas chineses e das grandes quantias que eles costumam gastar em viagens ao exterior.
Uma nova empresa está ajudando os aeroportos nessa missão, a China Ni Hao, um braço da Boyd Group International, consultora de aviação com sede no Colorado e administrada pelos ex-executivos do setor Mike e Marianne Boyd, que antigamente se dedicavam a ajudar aeroportos a atrair novas rotas e novas companhias aéreas.
A China Ni Hao, com sede em Nova York, vende seu característico programa "Bem-vinda, China" para aeroportos dos EUA e outros destinos que esperam -- ou desejam desesperadamente -- uma enxurrada de até 23 milhões de visitantes chineses até 2021 e todo o dinheiro que eles trazem. Esses viajantes não economizam: sua média de gastos é de até US$ 8.000 por viagem, graças em parte à sua preferência por bens de luxo originais.
Entre seus serviços, a China Ni Hao organiza sinalização e ajuda a contratar prestadores de serviço bilíngues quando necessário e a criar um site no WeChat, uma rede social com 700 milhões de usuários chineses. Esse aplicativo combina uma série de serviços on-line, como mensagens instantâneas, compartilhamento de fotos e pagamentos.
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